quarta-feira, 16 de julho de 2014

Rali de Portugal volta ao norte em 2015

Norte 1 - Algarve 0
O rali no norte custa mais 500 mil euros do que no Algarve. Serão as câmaras municipais a suportar uma boa parte deste valor. Diz que é por maior necessidade de segurança, o público no norte é mais indisciplinado.
Mas é, também, ao público que se deve este regresso. A FIA (Federação Internacional de Automóvel) tem elogiado, e muito, a moldura humana presente nos últimos Rally Sprint de Fafe, e preferia o rali no norte.
O percurso será conhecido em Agosto.
Venham lá os WRC, pelo menos em 2015.
Vrum Vrum Vrummmmmmm

Rali de Portugal regressa ao norte do país e vai custar mais 500 mil euros

"Depois de dez anos consecutivos no Algarve, o Rali de Portugal vai regressar ao Norte e vai ser mais caro. O anúncio foi nesta quarta-feira nesta quarta-feira por Carlos Barbosa, presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP), que justificou o abandono daquele que considerava o “rali perfeito” com a paixão dos adeptos dos desportos motorizados no norte do país. A edição de 2015 vai ocorrer no início de Junho (em 2014 foi em Abril) e vai custar entre 3,6 e 3,8 milhões de euros, mais 500 mil euros que no ano passado, um acréscimo justificado pelo presidente do ACP por necessidades maiores em termos de segurança.
“Vamos ter mais problemas de segurança. O público é mais indisciplinado e terá de haver mais policiamento”, frisou Carlos Barbosa, referindo que as câmaras municipais irão suportar boa parte destes custos. O presidente do ACP estima que cerca de 35% do orçamento da prova seja dedicado à segurança, mas ainda não sabe precisar quantas pessoas estarão encarregues de garantir a segurança e cumprir os requisitos estabelecidos pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA).
O percurso não foi apresentado nesta quarta-feira — será divulgado em Agosto próximo —, mas Carlos Barbosa já divulgou as localidades que fazem parte da prova, todas a norte do rio Douro. Com o centro nevrálgico do rali situado na Exponor em Matosinhos, a prova irá passar por Amarante, Baião, Caminha, Fafe, Guimarães, Lousada, Matosinhos, Mondim de Basto, Ponte de Lima, Viana do Castelo e Vieira do Minho. Uma certeza dada por Carlos Barbosa é que Arganil não estará no rali em 2015, algo impossível de fazer devido à regra da FIA em obrigar a que as ligações não excedam os 25% do total de quilometragem. “Mas em 2016, talvez haja rali em Arganil”, assegurou Barbosa, que justificou a mudança de data para o início de Junho (troca com o rali da Sardenha) por causa das condições meteorológicas.
Esta viragem a Norte não está garantida para lá de 2015. Carlos Barbosa explicou que os contratos com as câmaras municipais são de um ano, com opção por mais anos, e que o objectivo é manter, no futuro, o rali como uma das seis provas europeias do World Rally Championship (WRC). Depois de duas edições (2005 e 2006) como prova candidata, foi com o seu percurso algarvio que o Rali de Portugal voltou ao WRC em 2007, tendo desde então apenas saído do calendário em 2009 devido a uma rotação de países promovida pela FIA.
O presidente assume que é um risco abandonar o Algarve, mas que não houve qualquer incentivo por parte dos municípios algarvios para segurar o rali. “Adorei estar no Algarve. Era o rali perfeito e era considerado, a par do rali da Finlândia, o melhor rali do campeonato. A verdade é que o Algarve nada fez para nos segurar lá em baixo. Estamos agradecidos às câmaras e ao turismo do Algarve, mas tomaram-nos como um dado adquirido. Uma prova como esta custa muito dinheiro e precisamos de apoios”, frisou Carlos Barbosa, referindo que o ACP ainda não recebeu 500 mil euros do 1,5 milhões anualmente atribuídos pelo Estado português.
Para Pedro Machado, presidente da Câmara de Lousada, o regresso do rali ao município é “um momento histórico” e um investimento que vale a pena fazer. “A câmara terá de fazer um esforço, mas seguramente que compensa. É uma forma de atrairmos mais visitantes e dinamizar a economia local. Não quero avançar com números, mas não é nada que não se pague por uma [etapa] da Volta a Portugal. São investimentos que não são avultados e que dão retorno”, disse ao PÚBLICO o autarca que esteve presente na cerimónia realizada na sede do ACP, em Lisboa."
                                                                                   in Jornal Público, 9/Julho/2014