terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Oposição ausente, orçamento aprovado

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Foi calma, muito calma, a última sessão da Assembleia Municipal de Paredes de Coura. Com o PSD desfalcado, a oposição resumiu-se a João Paulo Alves, do PCP que teceu algumas críticas ao orçamento municipal para 2017. No final, sem surpresas e sem questões, o principal assunto em discussão passou com distinção… e com alguns votos social-democratas.

Sem José Augusto Caldas, o habitual porta-voz do PSD, nem Dinis Fernandes, que tenta assumir esse papel quando o primeiro falta, foi um PSD sem liderança aquele que se viu na noite da passada sexta-feira, na Assembleia Municipal (AM) de Paredes de Coura. E mesmo na bancada dos vereadores, nem uma cara social-democrata para marcar presença. Nem Janine Soares, nem Helena Ramos, que recentemente deixou os cargos no partido mas garantiu que iria continuar como vereadora, estiveram presentes. Logo quando em discussão estava o orçamento e as grandes opções do executivo liderado por Vítor Paulo Pereira para o próximo ano. E ainda para mais quando, na reunião do executivo onde o documento foi aprovado, com a abstenção das vereadoras do PSD, estas tenham deixado em declaração de voto a promessa de que as críticas ao orçamento seriam feitas na AM. Mas, sem José Augusto Caldas, presente, não foi de estranhar, que do lado social-democrata não surgissem intervenções de relevo a criticar o documento, ao contrário do que tem acontecido no passado, em que são conhecidos os episódios em o líder do grupo municipal do PSD “disseca” o orçamento municipal.

Não se estranhou, também, que coubesse a João Paulo Alves, do PCP, o papel de “mau da fita” ou seja foi do deputado municipal comunista que saíram as principais críticas aos documentos em discussão na AM. Falando de um orçamento muito dependente dos fundos estruturais e receitas exíguas, conseguidas à custa do aumento de impostos, contrariando o que no seu tender deveria ser o modo de agir socialista, João Paulo Alves acabaria, ainda assim, por reconhecer o esforço da equipa liderada pro Vítor Paulo Pereira. E não perdeu a oportunidade de dar uma “alfinetada” nos seus colegas de oposição, lamentando a fraqueza visível nos partidos da oposição em Coura.

“Se a oposição tem diminuído é porque o PS trabalha bem”, explicaria logo a seguir Manuel Miranda, também ele promovido temporariamente a líder do grupo municipal do Partido Socialista pela ausência de Rosalina Martins. Realçando o investimento municipal na Educação, o socialista realçou as preocupações com a criação de emprego, dizendo que “o ciclo de courenses que trabalhava fora está-se a inverter” e elogiando a capacidade de decisão do executivo, que “ataca os problemas de frente e dá respostas aos empresários”.

Já Vítor Paulo Pereira, na defesa do documento, assume a dependência dos fundos estruturais, mas realça que “os tempos são diferentes” e que as autarquias são cada vez mais “um braço do Estado”. Falando dum orçamento de criatividade e de coragem, o autarca courense destaca ainda que o documento foi feito “com muito trabalho, com planeamento e com muito amor por Paredes de Coura”. E, limpando o ar de quaisquer críticas, acabaria por referir que “com discursos fatalistas não vamos a lado nenhum”.

No final, o orçamento e as grandes opções do plano para 2017 do município courense acabariam por ser aprovadas sem dificuldade. Sem qualquer voto contra, com a abstenção do PCP e de alguns elementos do PSD, pois este partido mostrou mais uma vez a sua divisão e o reflexo dos problemas internos e houve mesmo elementos, autarcas, que votaram favoravelmente os documentos, ao lado do Partido Socialista.

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Sanatório em hasta pública

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A notícia é do Notícias de Coura e dá conta da venda em hasta pública do antigo sanatório de Mozelos. Não se sabe ainda quando mas, garante o presidente da Câmara de Paredes de Coura, a venda deverá ocorrer nos próximos meses. Como, aliás, já tinha anunciado em Julho, numa assembleia municipal que decorreu precisamente em Mozelos. E onde lembrou, também, que não será a Câmara a ficar com aquele imóvel. “Depois se verá se aparecem os tais investidores”, referiu na altura o autarca courense. Hoje, o artigo do Notícias de Coura coloca na boca de Vítor Paulo Pereira declarações mais optimistas, com o presidente a adiantar que “o número de potenciais investidores em adquirir o edifício tem vindo a aumentar”.

Artigo do Notícias de Coura

Câmara anuncia final feliz para o sanatório de Mozelos

“A situação de abandono e indefinição em que se encontrava o Sanatório e antigo Hospital Psiquiátrico de Mozelos tem sido uma preocupação da Câmara Municipal”, sublinha o actual edil de Paredes de Coura. O verdadeiro imbróglio que há muito rodeava a questão, inviabilizava qualquer tentativa ou desejo de investimento. “Não era possível fazer nada, isto apesar de não se tratar de um imóvel que se encontrasse debaixo de administração directa do Município”, explica Vítor Paulo Pereira.

“Desde que assumimos funções, face à passividade do poder central, vimo-nos forçados a, numa primeira fase, determinar de quem era a propriedade e a quem se encontrava directamente afecto o edifício”, rememora o autarca. Após determinar o enquadramento legal das sucessivas alterações de titularidade, a Câmara concluiu que não obstante encontrar-se omisso na Conservatória do Registo Predial de Paredes de Coura, o edifico era património do Estado Português, titulado através da Direcção Geral do Tesouro e Finanças mas afecto ao uso do ULSAM.

Seguidamente, foi necessário obter da Administração do ULSAM a formalização à Direcção Geral do Tesouro e Finanças – DGTF (enquanto proprietária) do interesse em devolver o edifício que, estando-lhe afecto, não tinha qualquer utilidade ou perspetiva de vir a ter – o que veio a suceder já no decorrer do ano de 2014.

Assim, durante os anos de 2015 e 2016, a autarquia colaborou com a DGTF que, por não dispor de meios humanos e técnicos para isso, solicitou ao Município que fossem elaboradas plantas de localização/implantação e levantamentos topográficos dos diversos artigos matriciais (anteriormente inscritos a favor do ULSAM) que compunham a propriedade, bem como avaliações condizentes com o estado de conservação do edifício e que determinaram uma redução significativa do valor patrimonial das propriedades, ainda segundo explicações da Câmara Municipal de Paredes de Coura.

Das sucessivas trocas de correspondência e reuniões tidas com a DGTF resultou a necessidade posterior de unificar todos os artigos matriciais (o edifício do sanatório propriamente dito, os diversos edifícios adjacentes – lavandaria, crematório, garagem, alpendre – a área rústica envolvente, e as três casas existentes por baixo da Estrada Municipal) num único lote que permita a venda em conjunto. Isto porque “percebemos que todos os potenciais interessados não estavam dispostos a adquirir apenas uma das partes sem a garantia de que toda a envolvente seria também (por si ou por outrem) requalificada”, precisa Vítor Paulo Pereira.

Uma vez resolvidas todas as questões legais e administrativas em estreita colaboração e por iniciativa do Município, “conseguimos tornar público o compromisso da DGTF de, no espaço de meses, ser realizada uma hasta pública aberta a todos os interessados em adquirir o complexo de prédios que integram o Sanatório de Mozelos. O número de potenciais investidores em adquirir o edifício tem vindo a aumentar nos últimos dois anos, facto que sustenta a nossa convicção de que nos próximos meses um destino mais risonho será garantido para o nosso Sanatório”, prevê o edil.

O NC apurou entretanto que as regras que determinam a isenção e transparência no procedimento de venda de edifícios públicos (controlado directamente pela DGTF) não permitem garantir com certeza que exista um comprador e, consequentemente, quem será o comprador e o projecto a implementar. No entanto, “atendendo aos contactos que têm sido feitos, estamos convictos de que o investimento terá natureza turística e procurará tomar partido e valorizar a mais-valia arquitetónica do edifício bem como a imagem de pureza do ar e ambiente saudável que esteve na origem da sua construção, em 1919”, remata Vítor Paulo Pereira

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

VILA E RESENDE - Fernando Fernandes não concorre a novo mandato

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Foi uma das surpresas das últimas eleições autárquicas, ao retirar ao PS a união de freguesias de Paredes de Coura e Resende. Agora diz que vai levar o mandato até ao fim, mas que não será candidato em 2017. Motivos pessoais e profissionais ditam o afastamento da vida política.

“Há uma ínfima hipótese de voltar a ser candidato à união de Freguesias de Paredes de Coura e Resende”. Quem o diz é Fernando Fernandes, actual presidente daquela autarquia que, a um ano das eleições de 2017, diz que não está disponível para voltar a concorrer àquele lugar. Isto depois de, em 2013, ter conseguido roubar as duas freguesias ao Partido Socialista.

Agora, três anos volvidos, Fernando Fernandes diz que valores mais altos se levantam e que ditarão o seu afastamento da presidência da união de freguesias. E por valores mais altos entenda-se a família e o trabalho. “Estou a prejudicar a minha vida profissional e ao mesmo tempo estou a prejudicar a minha família”, explica o autarca, acrescentando que, “não faz parte dos meus planos recandidatar-me”.

Uma decisão que, garante, se prende exclusivamente com aqueles dois motivos e que “não tem nada a ver com partidos nem com a própria junta”. Apesar disso, além da união de freguesias a partir das próximas eleições, Fernando Fernandes deixou já também o PSD, tendo-se desvinculado daquele partido há relativamente pouco tempo. “Neste último ano a minha vida profissional alterou-se bastante”, adianta o presidente da união de freguesias que diz ter percebido “que não tinha tempo para tudo”. “Continuo a fazer o trabalho para o qual fui eleito, mas começa a ser bastante desgastante”, acrescenta.

A decisão foi comunicada, num primeiro momento, aos seus colegas da união de freguesias e “falámos disso abertamente”. Apesar disso, garante Fernando Fernandes, em cima da mesa ainda não esteve o nome do seu eventual sucessor à frente duma lista social-democrata nas eleições de Outubro de 2017. “Foi uma coisa que nunca me preocupou, nem tinha que me preocupar, não sendo candidato”, refere o autarca, explicando que “há várias pessoas capazes, dentro do elenco que está comigo ou fora dele, mas não sei da sua disponibilidade para assumir uma candidatura”.

Deste modo, com a saída da autarquia, Fernando Fernandes explica que vai afastar-se da vida pública. “São 20 anos de vida pública, com o Courense, os Dadores e agora a junta. Neste momento quero dedicar esse tempo à minha família, aos meus filhos”, refere. “Tenho um filho que já está na universidade e sinto que não vi crescer”, desabafa o autarca.

A um ano do final do mandato e com apenas três anos de funções à frente da união de freguesias, Fernando Fernandes faz um balanço positivo da sua presidência. “Acabamos por cumprir algumas das promessas que fizemos, outras nem tanto, mas já se sabe que não se consegue cumprir todas as promessas”, explica, acrescentado que “tentamos fazer um trabalho digno e que, dentro das nossas possibilidades, nos honra e orgulha”.

Um leque de trabalhos onde destaca a recuperação da sede do Sporting Clube Courense, a elaboração da toponímia da vila e a informatização dos serviços da freguesia. “Até Outubro temos outras obras previstas, queremos fazer mais”, refere Fernando Fernandes, explicando que é objectivo da união de freguesias de Paredes de Coura e Resende, “conseguir chegar a acordo com a Câmara para fazermos pequenas obras que são de capital importância, nomeadamente acessos a habitações”, refere, salientando também o arranjo do cemitério de Resende.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

AUTÁRQUICAS 2017 - Três autarcas na hora da despedida

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A menos de um ano das próximas eleições autárquicas, há já cenários que são conhecidos. A lei que regula a limitação dos mandatos dos eleitos locais dita a saída de diversos autarcas que atingem o limite e são obrigados a dar lugar a outros. Paredes de Coura não é excepção e três presidentes de junta estão de malas aviadas para deixar o cargo.

Quando ainda falta praticamente um ano para as próximas eleições autárquicas são ainda poucas as informações sobre listas e candidatos. O pouco que se sabe, e de que o Notícias de Coura dá conta noutro artigo, roça muito o reino da especulação. Há, no entanto, algumas certezas. Certezas sobre quem está mesmo de saída, por muito que quisesse continuar.

São os reflexos da aplicação da Lei 46/2005, de 29 de Agosto, que estabelece limites à renovação sucessiva de mandatos dos presidentes dos órgãos executivos das autarquias locais, ou seja os presidentes de junta e da câmara. É certo que as principais alterações aconteceram já nas eleições autárquicas de 2013, as primeiras em que esta Lei foi aplicada, altura em que houve uma mudança significativa dos rostos à frente das autarquias portuguesas.

Em Paredes de Coura, Outubro de 2017 será tempo de saída para três autarcas que atingiram o limite de mandatos. Ou seja, três presidentes de junta que ocupam aquele lugar há 12 anos e que se vêem, agora, na obrigação de passar o testemunho. É o caso de João Barbosa Cerqueira, que após 12 anos à frente dos destinos da Junta de Freguesia de Agualonga vê agora chegada a hora de dar o lugar a outro. Desconhece-se ainda se, à semelhança do que aconteceu em 2013 com outros colegas courenses que estavam na mesma situação, vai ocupar outro lugar na lista de candidatos àquela freguesia ou se, pelo contrário, abandona de vez o trabalho de eleito local.

O mesmo se passa com Manuel Barbosa Nogueira, outro presidente de junta que, em 2017, vai ter de deixar de gerir os destinos de Mozelos, depois de largos anos de trabalho em prol daquela freguesia. Por terras de Paredes de Coura, em final de carreira, digamos assim, está igualmente Celso Barbosa, que preside à Junta de Freguesia de Infesta há três mandatos. Com as próximas eleições terá de sair da presidência da Junta, no final de um mandato que ficará, sem dúvida, marcado pela requalificação há muito reclamada da estrada que liga a vila à zona Sul do concelho.

A cumprir o seu terceiro mandato, mas com possibilidade de fazer mais um, está ainda Manuel Lopes Fernandes. O autarca de Cunha vai no seu terceiro mandato à frente daquela freguesia mas assumiu o primeiro em regime de substituição, devido ao falecimento de Manuel Barros da Cunha. O falecido autarca tinha sido eleito nas autárquicas de Outubro de 2005 mas viria a falecer em Março do ano seguinte, altura em que Manuel Lopes Fernandes assumiu a presidência da Junta de Cunha. Teoricamente este seria, portanto, o terceiro mandato deste autarca, mas a Comissão Nacional de Eleições entende que esse mandato não conta para efeitos da limitação de mandatos, por se considerar que a Lei abrange situações de cidadãos que, por encabeçarem as respectivas listas, foram efectivamente eleitos para o cargo de presidente da junta de freguesia.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Câmara aposta na requalificação urbana

O município de Paredes de Coura aprovou a delimitação de seis novas áreas de reabilitação urbana. Tratam-se de zonas onde, para já, não há qualquer projecto de intervenção previsto, mas a nova classificação irá permitir benefícios aos proprietários das zonas envolvidas e pretende actuar como atractivo a futuros investimentos.

Depois de, em Dezembro último, ter aprovado a Área de Reabilitação Urbana (ARU) de Paredes de Coura, que envolve uma parte considerável da vila, a Câmara Municipal aprovou agora outras seis ARU, espalhadas pelo concelho, e que tiveram em consideração algumas zonas de referência no concelho. A legislação que regula as ARU prevê que estas se apliquem, por exemplo, a zonas históricas, zonas ribeirinhas e zonas industriais. Em Paredes de Coura, à falta de zonas históricas propriamente ditas, a escolha recaiu sobre pontos de referência no município, como por exemplo a Casa Grande de Romarigães, a Casa do Outeiro, em Agualonga, o antigo sanatório ou a colónia agrícola de Vascões.

Salientando que, para já, não existe qualquer projecto camarário associado às áreas de reabilitação urbana agora definidas, o presidente da autarquia explica que o que foi feito foi apenas a sua delimitação, a pensar no futuro e na apresentação de eventuais candidaturas, mas ressalva que este “é um projecto aberto”. “Hoje apresentamos estas zonas, amanhã podemos apresentar outras, mas não adianta apresentar apenas por apresentar”, avisa Vítor Paulo Pereira.

Enquanto não surgem projecto de relevo, contudo a delimitação das ARU pode, assim que seja publicada a sua criação em Diário da República, beneficiar desde logo os proprietários de habitações que estejam inseridas nas zonas delimitadas pelo município. O objectivo da criação das áreas de reabilitação urbana é, precisamente, potenciar a reabilitação dessas zonas e por isso os moradores que efectuem obras de vulto podem beneficiar, por exemplo, da possibilidade de isenção de IMI até cinco anos, isenção de IMT, redução da taxa de IVA nas obras e ainda redução das taxas camarárias, entre outros benefícios.

As seis áreas de reabilitação urbana agora criadas integram as zonas envolventes da Casa Grande de Romarigães, Casa do Outeiro, em Agualonga, antigo sanatório de Mozelos, colónia agrícola de Vascões e a área em redor da antiga fábrica Arminho e do horto municipal. E ainda uma ARU mais extensa, que engloba o troço do caminho de Santiago que atravessa o concelho, bem como os núcleos históricos envolventes.

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Apoios aos bombeiros voltam a aquecer assembleia

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Ano e meio depois, as contas dos bombeiros voltam a incendiar os ânimos na Assembleia Municipal de Paredes de Coura. Tudo por causa da decisão da autarquia de doar à corporação o dinheiro do fogo de artifício das Festas do Concelho. Não chega, gritou o PSD, numa assembleia Municipal marcada ainda pela guerra de números em relação às obras de requalificação da Escola Básica e Secundária.

O que começou por ser um agradecimento aos bombeiros courenses e a todos os que, durante o Verão passado ajudaram a lutar contra os incêndios no concelho, acabaria por tornar-se no mote de uma discussão onde se trocaram acusações de populismo e demagogia. A proposta inicial do Partido Socialista era aprovar um voto de louvor “pela coragem e altruísmo” dos bombeiros, mas também dos sapadores, funcionários das juntas de freguesia e da câmara e todos os demais que estiveram envolvidos no combate às chamas e no apoio aos voluntários que durante o Verão fustigaram o concelho.

A moção até acabaria por ser aprovada por unanimidade, e incluir ainda, por sugestão do presidente da Assembleia Municipal, a doação unânime do valor das senhas de presença da reunião aos bombeiros courenses, mas motivou uma larga discussão entre José Augusto Caldas, do PSD, e o presidente da Câmara.

“Claramente concordo com a moção, mas a moção não é suficiente”, começou por dizer o líder do grupo municipal do PSD, que gostaria que a autarquia “desenvolvesse meios necessários para apoio regular aos bombeiros”. E, lembrando a decisão do município de cancelar o fogo de artifício das Festas do Concelho e doar a verba à associação humanitária, José Augusto Caldas acusou Vítor Paulo Pereira de populismo. “Não é assim que se revolve o problema de financiamento dos bombeiros”, atirou, ao mesmo tempo que questionava a autarquia relativamente ao pagamento das despesas das várias entidades envolvidas no combate aos incêndios.

Vítor Paulo Pereira não gostou do que ouviu. O autarca courense justificou o cancelamento do fogo de artifício como “um acto de bom senso. Num contexto onde todos estavam a lutar contra os incêndios fazia sentido deitar o fogo?”, questionou o autarca. Respondendo às críticas social-democratas, o presidente da Câmara recusou igualmente a acusação de demagogia. “Não sou demagogo, prefiro ajudar quem está no combate do que aparecer na televisão. As pessoas de Coura sabem diferenciar aquilo que é genuíno daquilo que é demagogia política”, esclareceu, atirando logo em seguida uma outra farpa a José Augusto Caldas. “Aprendi muito nestes incêndios… mas não o vi por lá!”

E se Vítor Paulo Pereira falou nos “disparates” proferidos por José Augusto Caldas, este respondeu que o presidente “teve a oportunidade estar calado e não dizer asneiras” (frase que lhe valeu uma chamada de atenção por parte do presidente da mesa). “Mais valia estar calado, que eu também já lá estive noutras alturas e nem sequer fazia parte do executivo”, referiu o líder da bancada do PSD, desafiando a autarquia a “estudar formas de financiamento regular aos bombeiros”.

“Ainda hoje ajudamos os bombeiros”, comentou o autarca courense, que se comprometeu a, na próxima Assembleia Municipal, “por uma questão de transparência”, esclarecer todos os apoios dados à associação humanitária courense. “Desconfio que nunca em tão pouco tempo se ajudou tanto os bombeiros”, considerou Vítor Paulo Pereira, acrescentando, “mas é nossa obrigação fazê-lo”.

Recorde-se que o apoio financeiro aos bombeiros de Paredes de Coura já tinha sido alvo de forte discussão na Assembleia Municipal, em Abril do ano passado. Na altura pela voz de João Paulo Alves, do PCP, que era à data presidente da assembleia-geral da associação humanitária, e alertou para o défice mensal de alguns milhares de euros nas contas na corporação e pediu mais apoio por parte do município. Desta vez, contudo, João Paulo Alves, que, entretanto, deixou os órgãos sociais dos bombeiros, optou por não se pronunciar sobre as contas dos voluntários.

 

Obras na escola com visões diferentes

Também as obras de requalificação da Escola Básica e Secundária motivaram alguma discussão na última sessão da Assembleia Municipal. O assunto foi trazido à baila, inicialmente, por Dinis Pereira, do PSD, que quis saber como iriam decorrer as obras na escola, tendo em conta que implicariam diversas alterações no funcionamento das aulas, que não podiam ser feitas de um dia para o outro. A resposta acabaria por ser dada mais à frente, pela vereadora Maria José Moreira, que explicou que decorre ainda o concurso público, mas que a autarquia estava a trabalhar em conjunto com a direcção do agrupamento (da qual curiosamente Dinis Pereira faz parte) no sentido de delinear os passos a tomar quando as obras avançarem. “Solicitei que se fizesse o planeamento e optimizasse o funcionamento da escola no momento em que um dos blocos entre em obras”, esclareceu a vereadora.

Mas a troca de argumentos começou quando José Augusto Caldas lembrou que, apesar de todos se congratularem com a realização das obras, havia que deixar claro que “85 por cento é pago por fundos comunitários” e que a Câmara courense terá apenas de pagar 7,5 por cento do total. “Às vezes, no calor da discussão, dizemos que é nosso o que não nosso”, considerou ainda o líder da bancada do PSD, referindo-se ao anúncio das obras feito pela Câmara de Paredes de Coura e explicando que o município vai gastar apenas cerca de 158 mil euros naquela empreitada.

Valor que foi de imediato desmentido por Vítor Paulo Pereira, que lembrou o investimento de 400 mil euros nas obras exteriores e anunciou que nesta nova obra de requalificação seriam investidos outros 400 mil euros. “É o equipamento que mais investimento recebeu da parte da Câmara Municipal”, explicou o autarca, que criticou a “política barata de tentar diminuir o trabalho da Câmara”, levada a cabo pelos social-democratas.

Maria José Moreira, esclareceria, depois, o líder da bancada do PSD, explicando que a requalificação da Escola Básica e Secundária inclui igualmente o apetrechamento da escola, valor que não é comparticipado por fundos comunitários. Deste modo, somando os 158 mil euros da participação na empreitada comparticipada à verba necessária para o apetrechamento, o investimento global da autarquia courense rondará os 400 mil euros referidos pelo presidente do município.

 

Ataque de lobos com respostas vagas

Os ataques de lobos no concelho voltaram também a estar na ordem do dia na Assembleia Municipal de Paredes de Coura. Depois de, em Abril, ter sido criado um grupo de trabalho para discutir o assunto, foram enviadas 11 questões ao Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), solicitando alguns esclarecimentos, nomeadamente quanto ao número de ataques registados e indemnizações atribuídas.

A resposta do ICNF, contudo, não satisfez a Assembleia Municipal courense. O presidente da assembleia, José Augusto Pacheco, deu conta do teor da carta recebida, explicando que muitas das respostas são vagas e noutras foge-se à questão. Por isso mesmo, o grupo de trabalho criado vai enviar nova missiva para o ICNF, a solicitar mais informações, nomeadamente sobre os “requisitos mínimos” que dizem ser necessário cumprir por parte dos proprietários dos animais atacados, de modo a terem direito à indemnização compensatória. “Quero que me digam onde é que isso está na legislação”, questionou João Paulo Alves, do PCP, um dos elementos que integra o referido grupo de trabalho.

De qualquer das formas, a informação recebida do ICNF já permitiu ficar a saber que, no período compreendido entre Janeiro de 2011 e Maio de 2016 foram registados por aquele organismo 246 “prejuízos em efectivos pecuários”, distribuídos pelas freguesias de Agualonga, Bico, Linhares, Coura, Cossourado, Cristelo, Ferreira, Infesta, Insalde, Padornelo, Parada, Porreiras e Vascões. No mesmo período, contudo, só foram despachados favoravelmente 183 pedidos de indemnização.

Também os presidentes das juntas courenses foram convidados a dar informações sobre os ataques do lobo na sua área de intervenção. À Assembleia Municipal, contudo, chegaram apenas as respostas de Ferreira (sem Formariz), Vascões, Agualonga e da união de freguesias de Bico e Cristelo.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

EXPROPRIAÇÃO DE TERRENOS ABANDONADOS - “Sem dinheiro, muda-se o dono mas o problema mantém-se”

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A expropriação de terrenos abandonados como medida de gestão da floresta foi uma ideia que surgiu em pleno Verão quente de incêndios em Portugal e que deverá ser discutida em Outubro próximo, em Conselho de Ministros especialmente convocado para discutir a problemática dos fogos florestais. A transferência da propriedade para os municípios serviria para ajudar a prevenir novos incêndios. Mas, alertam os autarcas, só se vier com um “pacote financeiro” a acompanhar.

Isso mesmo refere Vítor Paulo Pereira, presidente da Câmara de Paredes de Coura, que considera a medida “positiva”, ainda que admitindo que não se trata de tarefa fácil. “Há questões legais a ter em consideração. É uma boa medida mas precisa de ser devidamente enquadrada, até para evitar expropriações indevidas”, alerta o autarca courense.

Além disso, acrescenta, “a propriedade desses terrenos pode ser transferida para as câmaras, mas depois estas têm de ter meios financeiros. Transferir para os municípios e depois as câmaras não terem meios para limpar e promover a rentabilidade, não estou a ver grande vantagem”, refere Vítor Paulo Pereira, que fala na necessidade de um quadro bem definido a acompanhar esta medida.

Salientando que, desde que a notícia veio a público, em meados de Agosto, não houve qualquer contacto entre autarquias e Governo sobre este assunto, “trabalho que importa fazer”, ressalva, Vítor Paulo Pereira explica que a par do quadro legal deve existir um quadro económico que possibilite o aproveitamento desta medida. “Sem esse quadro económico, a propriedade muda de dono mas o problema mantém-se”, alerta o autarca.

O objectivo desta medida, cujos contornos ainda não estão muito definidos, é passar para as autarquias a posse das terras abandonadas, ficando estas responsáveis pela sua gestão e exploração. Um processo que poderá ser, posteriormente, revertido, se forem, entretanto, identificados os legítimos proprietários dos terrenos.

A ideia, contudo, obriga a que seja feito um rigoroso cadastro da propriedade rústica, tarefa que não se tem afigurado fácil. Neste momento há alguns municípios em que esse cadastro já existe, e onde até é utilizado pelas autoridades como instrumento de fiscalização, mas a maioria do território nacional não tem, ainda, esse trabalho feito. Um trabalho que o próprio Governo, pela voz do ministro da Agricultura, já admitiu ser moroso e de difícil realização, mas que poderá ser facilitado se aproveitar aquilo que já foi desenvolvido por entidades diversas, nomeadamente ao nível do planeamento urbano, pelos municípios e pelos próprios serviços do Ministério da Agricultura.

Ao mesmo tempo, alguns municípios equacionam propor ao Governo a adopção de outras medidas, igualmente com o objectivo de implementar uma melhor gestão da floresta. O conselho intermunicipal da região de Aveiro, por exemplo, avançou já com algumas ideias, nomeadamente uma política de implantação de corta-fogos com indemnizações compensatórias para os donos dos terrenos, e ainda o agravamento do IMI para os prédios rústicos com ocupação florestal, agrícola ou de matos que estejam abandonados.

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Há sempre quem consiga ir mais longe…

…e se calhar chegar mais perto do objectivo…

Em Paredes de Coura suspende-se o fogo de artifício nas Festas do Concelho. E bem, na minha opinião. E dá-se o dinheiro que se iria gastar com o fogo aos Bombeiros Voluntários locais. Melhor ainda! Se o orçamento das festas deste ano andar pelos valores do do ano passado estamos a falar de 9 mil euros que muita falta fazem à corporação courense.

Mas há sempre quem consiga ir mais longe. E em Anadia, a presidente da Câmara foi mais longe. E proibiu a utilização de artigos pirotécnicos durante todo o mês de Agosto. Ou seja não há fogo nas festas do concelho, se é que as haveria por lá neste mês, mas também não haverá foguetes nas diversas festas e festinhas das freguesias. Mesmo naquelas que já tinham obtido a respectiva licença. Minimizar os riscos. Em todo o lado.

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terça-feira, 2 de agosto de 2016

Festival sobe à vila e festas do concelho no mesmo dia. Sim ou não?


Faz sentido haver dias sobrepostos de dois dos eventos com mais gente na vila? Dê a sua resposta na sondagem ao lado.

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Decisão irrevogável (2)

HELENA RAMOS

Depois do anúncio na comunicação social, a explicação da própria Helena Ramos, no Facebook, dos motivos que a levam a não estar na corrida à Câmara de Paredes de Coura.

Aprendemos com os erros.
Esta é a resposta para muitas das questões que inúmeros courenses, amigos e curiosos, se tem colocado face à notícia sobre a minha recente posição política.
Não sou a candidata. Não serei a representante do Partido Social Democrata para o concelho de Paredes de Coura! Não por não ter sido convidada. É importante que fique claro que esta decisão partiu inequivocamente da minha vontade. A atual concelhia eleita e da qual ainda sou vice-presidente soube sempre respeitar e reconhecer os que dedicam parte do seu tempo para a causa comum. Soube sempre valorizar aqueles que defenderam e defendem as cores e as ideologias políticas do PSD sem máculas e isentas de interesses. Pelo menos em todas as ações que eu conheço e reconheço terem partida desta concelhia.
Apesar da minha filiação recente, o PSD é o partido cuja ideologia me orienta desde a juventude. Mas acima de qualquer disciplina partidária a bandeira que eu ergo é a bandeira das minhas convicções, das minhas ações orientadas pelas diretrizes da ideologia política do PSD. Não sou manipulável, não sigo pessoas ou grupos de pessoas. Sigo apenas o trabalho em grupo e a participação ativa dentro dele. Quando assim deixa de ser, recuso-me a aceitar o que todos consideram ser inevitável. Defendo e defenderei sempre o que a minha razão me orientar a fazer. Corro sempre o risco de errar, é verdade! Mas quem não corre esse risco? Errar faz parte do ser humano.
Recordo uma frase que ouvi inúmeras vezes nos meus tempos de criança: “Aprendemos com os erros”… e foi o que me aconteceu… em inúmeras vezes… mas cresci corrigindo-os. Cresci bastante! Sou e quero continuar a ser dona do meu destino. Não danço a favor do vento nem das vontades alheias. São regras de ouro que me são características desde que me conheço. Não sou superior a ninguém muito menos sou insubstituível. Sou o que sou e ponto! Não serei candidata porque considero não ter o perfil necessário para assumir este desafio. Não por não me sentir preparada, nem por considerar não ter as competências para tal desafio. Não serei candidata porque a minha vida profissional e principalmente pessoal não mo permitem.
Não posso congelar o meu posto de trabalho. Não posso desviar a minha atenção do núcleo de família a que pertenço, principalmente quando ele mais precisa do meu tempo e da minha dedicação. Emito estes considerados porque e tendo em conta a minha eleição para a vereação (oposição) deste mandato, todos os courenses eleitores merecem esta explicação.
Meios como o nosso, estão repletos de criatividade e de maledicências. Fiz o que pude e a mais não sou obrigada. Sou uma pessoa racional e sou uma pessoa política. Sempre serei! Mas é necessário ter muita disponibilidade para assumir determinadas funções políticas. Principalmente quando se pretende a eficácia das nossas ações e das nossas decisões. Não consigo prever nem antever o meu futuro, mas no meu presente a conjuntura que me rodeia levou-me a decidir. Sendo que esta é a minha decisão. Não serei candidata.
Helena Ramos

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Bombeiros de Coura tornam quartel mais funcional

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A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Paredes de Coura está a levar a cabo uma série de trabalhos nas suas instalações. A empreitada, que está a cargo dos próprios elementos do corpo activo, visa dar mais conforto aos voluntários daquela corporação e, ao mesmo tempo, tornar o quartel mais funcional.

A ideia, explicou o comandante dos Bombeiros Voluntários de Paredes de Coura, é “separar o ruído do silêncio”. Ou seja, fazer uma separação efectiva entre as áreas de repouso e as áreas de trabalho no quartel. Isto porque, com a actual disposição dos espaços, as duas zonas estão muito próximas e o barulho normal do funcionamento do quartel, não deixa os soldados da paz descansar quando necessário.

“Aproxima-se uma época muito desgastante e é muito importante permitir que os bombeiros descansem”, acrescenta Filipe Esteves. O comandante explica ainda que os trabalhos que estão a decorrer, todos feitos por elementos da corporação, prevêem que a parte operacional volte para a área mais antiga do quartel. Neste sentido, estão a fazer uma cozinha e uma sala de convívio e também uma nova central de comunicações.

Neste momento a sala de convívio está praticamente pronta e os trabalhos da nova central estão a decorrer a bom ritmo, faltando apenas as ligações. “O ideal era passarmos para lá durante a primeira quinzena de Agosto", refere ainda Filipe Esteves.

A somar a estas alterações na organização do quartel, acresce o facto de a corporação courense estar em vias de ver aumentado seu corpo activo. Os elementos da escola de estagiários estão a terminar o período probatório de três meses, obrigatório por lei, o que significa que dentro em breve existirão em Paredes de Coura mais duas dezenas de bombeiros formados.

Além disso a Associação Humanitária prevê reactivar, a breve prazo, a escolinha de cadetes e infantes, criada pela anterior direcção, há quatro anos, e que atraiu bastante crianças e jovens do concelho ao quartel. Reconhecendo que, em virtude de diversos factores, esse tem sido um assunto mais descurado, Filipe Esteves adianta que o tema voltou a estar em cima da mesa para ser desbloqueado.

Isso mesmo adiantou também Iolanda Pereira, presidente da associação, referindo que numa reunião de direcção tida há relativamente pouco tempo, foi decidido retomar o trabalho com os infantes e cadetes que já tinham iniciado o seu percurso junto dos bombeiros de Paredes de Coura. Além disso, vão ser feitas novas admissões para estes grupos, alargando o número de crianças e jovens envolvidos.

Refira-se, a propósito que, o assunto já tinha motivado queixas por parte de alguns pais das crianças envolvidas, que questionaram a actual direcção sobre este assunto, querendo saber se o projecto em que tinham inscrito os seus filhos iria ter continuidade ou se tinha simplesmente terminado.

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Sanatório vai ser colocado à venda

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O problema do sanatório de Mozelos vai ser resolvido dentro de pouco tempo. Quem o garante é o presidente da Câmara de Paredes de Coura, que aponta para breve a resolução do problema causado pela indefinição da propriedade do imóvel. Depois será colocado à venda, mas a autarquia não acalenta grandes esperanças de que surja um investidor interessado.

A discussão em torno do estado actual, e futuro, do antigo sanatório de Mozelos foi um dos assuntos em destaque na última reunião da Assembleia Municipal de Paredes de Coura. A reunião, seguindo a tradição instituída por José Augusto Pacheco desde que tomou posse como presidente daquele órgão, foi feita fora dos Paços do Concelho, realizando-se, desta vez, na sede da Junta de Freguesia de Mozelos.

Não foi de estranhar, por isso, que na sua intervenção inicial, de boas vindas aos presentes, o autarca local, tenha questionado o presidente da Câmara sobre o actual estado de degradação do edifício que observa, sobranceiro, a freguesia e a sede do concelho. “Aquilo tem muito mato, há zonas em que está completamente tapado”, lembrou Manuel Nogueira, alertando ainda para o tempo quente que se avizinha. “Vem aí o calor, espero que não aconteça nada de grave”, avisou o presidente da Junta de Freguesia de Mozelos.

Um alerta que não passou ao lado de Vítor Paulo Pereira, o autarca courense, também ele em “casa”, sossegou o presidente de Mozelos no que respeita à limpeza da envolvente do edifício. Já quanto ao futuro do antigo sanatório, Vítor Paulo Pereira anunciou que a questão da indefinição em torno da propriedade do edifício, que vem de longe, “será resolvido brevemente”. O que, contudo, não significa que está encontrada uma solução para o imóvel.

“Não pensem que a Câmara vai ficar com o sanatório”, avisou o presidente da autarquia, lembrando que “a Câmara Municipal não percebe nada de hotelaria”. “Vocês vão saber quanto custa o sanatório e não vai custar muito dinheiro”, acrescentou ainda o edil courense, informando que o imóvel “será colocado à disposição de quem o quiser comprar”. “Depois se verá se aparecem os tais investidores”, atirou ainda Vítor Paulo Pereira, referindo-se a rumores que dariam conta do eventual interesse de um emigrante que quereria comprar o edifício e fazer “um grande empreendimento”.

Colocando os serviços da Câmara Municipal à disposição para procurar um investidor que pegue no antigo sanatório, o autarca alertou, contudo, para a dificuldade, “na conjuntura actual, de estruturar um projecto de turismo” para aquele espaço. “Não demorará muito tempo teremos uma solução para a Casa do Outeiro, mas para o sanatório não”, avisou ainda Vítor Paulo Pereira.

De referir que a polémica em torno da utilização do antigo sanatório já vem de há largos anos. Construído como sanatório para tratamento de doentes com tuberculose, acabaria, mais tarde, por ser convertido em hospital psiquiátrico, mas deixou de ter qualquer utilização em 2002. De então para cá vários foram os projectos para ali apontados, incluindo a sua transformação em hotel com campo de golfe. Projectos que, contudo, sempre esbarraram na indefinição em torno da propriedade do edifício.

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Bermas por limpar motivam queixas à Câmara

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A necessidade de limpeza nas bermas da EN303 foi um dos assuntos em discussão na última Assembleia Municipal de Paredes de Coura. Tanto José Augusto Caldas, do PSD, como Eduardo Daniel Cerqueira, do PS, chamaram a atenção para a necessidade de serem limpas as bermas da EN3030, no troço entre a vila e Cossourado, especialmente concorrido nesta altura do ano em que se assinalam as festividades em honra de S. Bento da Porta Aberta.

Todos os dias, à medida que se aproxima a data da festa, que decorre no próximo fim de semana, o número de peregrinos aumenta e nas zonas em que não existem passeios a acompanhar a via, o mato cresce a olhos vistos, obrigando os caminhantes a invadir a faixa de rodagem. “Alguns pontos são muito perigosos”, alertou o representante do Partido Socialista.

Refira-se que o assunto da limpeza das bermas das estradas nacionais já foi discutido noutras ocasiões, na Assembleia Municipal. Inclusivamente, no ano passado aquele órgão chegou mesmo a enviar uma reclamação escrita às Estradas de Portugal alertando para a necessidade de ser feita a referida limpeza.

Na resposta aos dois deputados municipais, Vítor Paulo Pereira lembrou que a falta de passeios em alguns troços da EN303, na ligação entre S. Bento e a vila, “já é uma questão antiga e não podemos prometer quando vamos resolver”. Apesar disso, o autarca reconheceu a importância do pedido e informou que “quando houver viabilidade financeira, é uma obra oportuna a considerar”.

Mas as críticas de José Augusto Caldas estenderam-se também ao mau estado de conservação dos espaços ajardinados geridos pelo município e à necessidade de algumas árvores existentes na vila terem de ser aparadas. O presidente da Câmara Municipal, não negando as situações, lembrou que a autarquia “não tem funcionários para acudir a todo o lado”.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Aprovados fundos 2020 para obras da secundária

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A empreitada de reabilitação da Escola Básica e Secundária de Paredes de Coura vai ser contemplada com fundos do programa comunitário 2020. A informação foi dada ontem pelo ministro do Planeamento e Infraestruturas, numa cerimónia onde foram anunciados vários outros investimentos a realizar no país, igualmente com a comparticipação de dinheiros comunitários.

Recorde-se que a candidatura da Câmara de Paredes de Coura, com vista à reabilitação daquele estabelecimento de ensino, foi apresentada no final do mês de Abril, tendo na altura o presidente da autarquia informado que a obra iria avançar, com ou sem apoios, pois “quando se trata de Educação, eu, se tiver fôlego financeiro, não fico à espera do apoio do Estado”. O projecto de execução prevê uma intervenção na ordem dos dois milhões de euros, com uma taxa de financiamento de 85%.

Refira-se que a autarquia courense já no ano passado se havia substituído ao Estado e avançou com obras de beneficiação daquele estabelecimento de ensino. Um investimento de mais de 300 mil euros que visou a substituição das coberturas, retirando as antigas, grande parte das quais ainda em fibrocimento, e também o revestimento e isolamento de paredes exteriores e a substituição de todas as portas e janelas.

terça-feira, 24 de maio de 2016

Ei-lo que volta!

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O Tribunal de Paredes de Coura vai voltar ao activo, de acordo com a informação hoje veiculada pela ministra da Justiça. Fica, assim, cumprida a promessa de António Costa, feita ainda antes de ser eleito secretário-geral do Partido Socialista. Reabre como secção de proximidade que, em abono da verdade, era praticamente como funcionava antes do Governo de Passos Coelho ter decretado o seu encerramento, há quase dois anos. Desconhece-se, contudo, se os trabalhos serão retomados em Setembro deste ano ou apenas no início de 2017.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Parque para autocaravanas abre em Junho

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O antigo largo da feira, em Paredes de Coura, está a ser alvo de obras de requalificação para acolher, já a partir do início do próximo mês, um parque destinado a acolher autocaravanas e caravanas. Um projecto que promete ser mais um atractivo para o aumento do turismo no concelho.

A abertura do parque para autocaravanas está agendada para o dia 1 de Junho, mas a inauguração oficial só ocorrerá duas semanas depois, aproveitando o fim de semana prolongado do 10 de Junho e todo o programa de animação que o município courense tem previsto para essas altura, nomeadamente a realização da Feira Mostra de Produtos Regionais e o LEGO Fan Weekend, evento que reunirá participantes de 17 países. Eventos que a administração do espaço quer também aproveitar para a divulgação do novo parque, estando até prevista a oferta de algumas noites de estadia no novo parque.

Um equipamento que, como refere Silva Pereira, da AC Parking Areas, Lda., empresa responsável pela estrutura, oferece um leque de serviços que não é comum ver. “Eu conheci melhor este conceito em França”, explica, referindo que a Europa, nesse aspecto, “está mais desenvolvida”. “Em Portugal, o mais semelhante que encontramos é apenas no Algarve”, continua o responsável, referindo que não se trata de um parque de campismo, mas de um parque de apoio, onde a pernoita pode atingir, no máximo 72 horas de duração.

Para já ainda decorrem os trabalhos no antigo largo da feira, mas depois de concluídas as obras, o novo parque vai oferecer espaço para 46 autocaravanas e caravanas, sendo que seis deles são reservados a equipamentos XXL. Além disso, os utilizadores têm à sua disposição um leque de serviços que passa pelo fornecimento de água e energia, área para despejo de água residuais, vigilância, equipamentos sanitários com chuveiros e um espaço de lavandaria, entre outros. Tudo isto a escassos metros do centro da vila.

“É um investimento considerável, tendo em conta o equipamento, a vigilância e o sistema automático de cobrança”, refere Silva Pereira, que justifica a escolha de Paredes de Coura para a abertura deste espaço pela forma como foram bem recebidos pela autarquia. “Foi um dos primeiros municípios que contactamos e fomos muitos bem acolhidos pelos responsáveis da Câmara que gostaram e apoiaram a nossa ideia”, refere, explicando que existe um compromisso “de parte a parte” entre a empresa e o município. “Ganhamos todos, mas temos de investir todos”, esclarece Silva Pereira, que tem boas expectativas para a utilização do novo parque de autocaravanas, nomeadamente durante o período do Festival de Paredes de Coura.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Coura cria grupo de trabalho sobre o lobo

(Foto: www.minhodigital.com)

A Assembleia Municipal de Paredes de Coura vai criar um grupo de trabalho para discutir a presença do lobo no concelho. Em causa os recentes ataques a ovelhas e outros animais que têm dividido agricultores e ambientalistas.

A proposta da criação de grupo de trabalho no seio da Assembleia Municipal de Paredes de Coura destinado a discutir a presença do lobo no concelho, partiu do deputado municipal João Paulo Alves, do PCP. Veterinário de profissão, o deputado municipal manifestou a sua preocupação com os recentes ataques a cabeças de gado, cuja responsabilidade tem vindo a ser atribuída ao lobo. Chegando mesmo a dizer que “em Paredes de Coura os lobos estavam extintos e foram introduzidos alguns e não informaram ninguém”, João Paulo Alves lembrou que nem sempre os agricultores afectados conseguem ser ressarcidos por parte do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas.

Por tudo isso, considerou que a Assembleia Municipal deveria criar um grupo de trabalho que discutisse e analisasse estas situações. “Temos de encontrar soluções, fazer as perguntas a quem de direito”, referiu o deputado comunista, que quis saber a opinião dos vários presidentes de junta ali presentes, atitude que motivou uma troca de palavras mais acalorada com o presidente da Assembleia Municipal courense, José Augusto Pacheco, que defendia que João Paulo Alves deveria ter falado com os autarcas antes da reunião.

Apesar disso, e depois do representante do PCP voltar a falar, uma vez mais, sobre a necessidade de criar o grupo de trabalho, o assunto pareceu merecer outra importância e tanto PSD como PS manifestaram-se disponíveis para participar na discussão, tendo o Partido Social Democrata indicado o nome de Hélder Pedreira para fazer parte do grupo de trabalho, ao passo que o Partido Socialista deu o seu aval à inclusão do nome de Carlos Ferreira, presidente da Junta de Freguesia de Vascões, uma das que faz parte da Área Protegida do Corno de Bico, e onde os lobos já provocaram alguns estragos.

O autarca de Vascões, aliás, explicou que concordava com a criação do grupo de trabalho sugerido pelo deputado comunista, mas lembrou que é necessário “recolher opiniões de todas as freguesias, não só das mais atingidas”. Carlos Ferreira recordou ainda que “antigamente as pessoas pastoreavam os animais, agora deixam-nos sozinhos no campo”. “Não quer dizer que esteja a defender o lobo”, ressalvou o presidente da Junta, referindo que “a falta de pagamento das indeminizações é um incentivo para deixar a agricultura”.

Relembre-se que nos últimos anos foram registados vários casos de ataques de lobo a cabeças de gado em diversas freguesias do concelho. Um dos presentes na Assembleia Municipal de Paredes de Coura, o presidente da Junta de Freguesia de Infesta, referiu mesmo que perdeu 39 animais nos últimos dois anos. Uma situação cuja frequência tem vindo a aumentar nos últimos meses, em que foram notícia vários ataques. Ao mesmo tempo, nas últimas semanas, registaram-se alguns casos de lobos apanhados em armadilhas. Cenários que têm provocado acesas discussões nas redes sociais entre os que defendem o lobo e o que criticam a sua actuação. Em Paredes de Coura, o último censo feito à população de lobos, indicava a existência de duas alcateias, uma na zona da Cruz Vermelha, na Área Protegida do Corno de Bico, e uma outra, de menores dimensões, na zona da Boalhosa.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Cossourado: sobreiros lutam contra eucaliptos

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Os compartes de Cossourado querem assegurar a protecção e preservação de dezenas de sobreiros existentes na freguesia, nomeadamente na área que faz parte do plano de gestão florestal e para a qual está prevista a plantação de eucaliptos. Trata-se de uma espécie protegida e há quem tema que o avanço do eucalipto não respeite aquela que é a árvore nacional de Portugal.

O alerta foi dado por José António Pedreira, comparte de Cossourado, na última reunião de compartes ocorrida há dias naquela freguesia. Em discussão estava o início dos trabalhos de florestação dos baldios da freguesia, ao abrigo do plano de gestão florestal que foi aprovado, e que deverá começar a ser implementado no terreno dentro de algumas semanas. Para José António Pedreira, contudo, é necessário e urgente acautelar a protecção devida às dezenas de sobreiros que existem no monte adjacente à EN 303, junto ao lugar do Sobreiro, na divisão entre Linhares e Cossourado.

“O monte já tem lá dezenas de sobreiros, uns maiores, outros mais pequenos, mas são dezenas”, explica aquele comparte, frisando que “estão todos protegidos por lei”. Efectivamente assim é, já que o sobreiro é uma espécie protegida desde 2001 e, mais recentemente, em Dezembro de 2011, foi mesmo aprovado na Assembleia da República um projecto de resolução através do qual o sobreiro passou a ser considerado a árvore nacional de Portugal. Isto porque a protecção que existia, ainda assim, foi considerada insuficiente para travar a regressão da árvore em território português.

Por isso mesmo o alerta de José António Pedreira, que conquistou o acordo de outros compartes da freguesia, igualmente preocupados com a preservação daquela espécie, numa zona para a qual o plano de gestão florestal indica a plantação de eucaliptos. Curiosamente, o plano de gestão florestal, que esteve disponível para consulta pública no final de 2015 e início deste ano, não apresenta, na carta de ocupação actual do solo, qualquer referência à existência de sobreiros naquela área.

“São sobreiros espontâneos, que inclusivamente já resistiram a incêndios que já houve naquela zona”, lembra José António Pedreira que reclama uma fiscalização eficaz da plantação de eucaliptos que está prevista para ali. “Eu confio em quem está na comissão de compartes, não confio é na Portucel”, desabafa aquele comparte, que lembra o que se verificou na altura da plantação de eucaliptos na vizinha freguesia de Linhares, em que estavam previstas faixas de carvalhos a limitar as plantações de eucaliptos e tal não terá acontecido. “Junto aos caminhos é obrigatória uma faixa de carvalhos e em Linhares isso não foi feito”, explica, acrescentando que “o nosso receio é que aconteça como em Linhares, em que não houve qualquer fiscalização e a Portucel fez o que entendeu e como entendeu fazer”.

Por isso José António Pedreira defende que, em primeiro lugar, devia ser a própria comissão de compartes a assegurar a fiscalização da plantação. E lembra que é também responsabilidade de cada um dos compartes acompanhar esta situação. Bem como do ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas que, refere, “tem a obrigação de fazer cumprir a lei”.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Amândio Pinto: futuro pode passar por Formariz, pela vila … ou pela Câmara

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O presidente da União de Freguesias de Cossourado e Linhares é daquelas pessoas que parecem ter dificuldade em passar despercebidas. Desde que, em 2009, roubou ao PS a Junta de Freguesia de Linhares que Amândio Pinto tem andado, com mais ou menos regularidade, nas bocas do povo. Do da sua freguesia (ou freguesias, agora), mas também do povo de outras paragens. O plano de acção que implementou quando chegou à junta, surpreendeu. E continuou a surpreender quando, quatro anos volvidos, mercê da união de freguesias, rouba Cossourado, outro bastião socialista, para as hostes do PSD. Pelo meio a sua projecção política, chegando mesmo a ser apelidado de “delfim” de Décio Guerreiro, que o levou na sua lista concorrente à Câmara de Paredes de Coura. Independente, em quarto lugar, mas com honras de “Ás de trunfo”. Um ano volvido, tudo mudou: abandona o PSD, onde esteve filiado apenas 15 dias, e não poupa críticas às estruturas distritais do partido. Diz que não vai levar o mandato até ao fim mas desenganem-se os que lhe vaticinaram o fim das lides políticas, pois em 2017 promete voltar a concorrer… a outra união de freguesias e até à Câmara. E, pasme-se, não descarta o apoio do PSD.

As novas instalações da Junta de Freguesia de Cossourado foram o local escolhido para a entrevista. Amândio Pinto comparece à hora marcada e, mais reticente a inicio, mais falador no final, abre o livro. De críticas, de sugestões, de lamentos, de planos. Comecemos pelos planos, para o futuro. Um futuro que, confirma Amândio Pinto, não passa pela União de Freguesias de Cossourado e Linhares. E confirma, porque o autarca já tinha, há tempos, anunciado essa sua intenção nas redes sociais. Está a ter a preocupação de deixar no seu lugar alguém que dê continuidade ao trabalho desenvolvido, desde 2009 em Linhares, desde 2013 também em Cossourado. Apesar disso, refere, “tenho a certeza que, venha quem vier, a população saberá sempre exigir o seguimento do trabalho feito”.

Um trabalho que, reconhece o próprio, faz escola noutras freguesias. “Neste momento o meu trabalho tem continuidade, inclusivamente noutras freguesias”, refere Amândio Pinto, adiantando que soube ver, nas últimas eleições autárquicas, “as alterações que houve nas propostas das diferentes freguesias, que hoje em dia dão apoio escolar e consultas médicas e de enfermagem e que estão a procurar a gestão dos baldios”. Isto apesar de considerar que, no trabalho que fez em Linhares, não houve “nem inovação nem visão nenhuma, simplesmente ouvimos a população”, explica, referindo que foi feito um diagnóstico de necessidades “e em função desse diagnóstico e do que tínhamos disponível avaliou-se o que era possível fazer”.

O seu futuro, contudo, não passará pela continuidade em Linhares e Cossourado. Isso mesmo adiantou, explicando que esse futuro “pode passar por outra união de freguesias”. À pergunta óbvia (qual união?), o autarca responde que não nasceu em Linhares, que já morou em Formariz e que passou a maior parte da sua infância na vila. Além disso, acrescenta, o futuro “pode passar por outro projecto mais ambicioso”. E de novo outra pergunta, óbvia: pode passar pela Câmara? A resposta, pronta, de Amândio Pinto, foi uma apenas: “pode!”. E mais, explica, pode ser novamente com o apoio do PSD.

Coura nunca lucrou muito com os partidos

O apoio do PSD a uma eventual futura candidatura de Amândio Pinto, seja a uma qualquer união de freguesias, seja à própria câmara, não deixa de causar alguma estranheza, tendo em conta que são públicas as divergências entre o autarca de Linhares e Cossourado e as estruturas partidárias social-democratas, nomeadamente a nível distrital, mas também a nível concelhio.

Aliás, confrontado com a possibilidade de vir a substituir uma das duas vereadoras do PSD (Helena Ramos e Janine Azevedo Soares) nas reuniões do executivo camarário courense, agora que Décio Guerreiro suspendeu o seu mandato, Amândio Pinto é peremptório a afirmar que não está disponível para ocupar o seu lugar na vereação, tendo em conta que é o nome que se segue na lista de candidatos do PSD.

“Estou em quarto, imagine que por qualquer causa era preciso eu entrar… tinham de ir ao quinto da lista”, garante o presidente da união de freguesias de Cossourado e Linhares, recordando o compromisso assumido com os eleitores da união na campanha eleitoral de 2013. “Prometi-lhes que nunca abandonaria o meu cargo na junta de freguesia, fosse por que cargo fosse na Câmara Municipal”, acrescenta o autarca. Apesar disso reconhece que, a nível político, seria muito vantajoso começar a marcar o seu espaço na Câmara. “A nível pessoal, se eu prometi à freguesia que nunca sairia para a Câmara…. Candidatei-me a presidente da junta”, refere Amândio Pinto.

Mas as divergências com Partido social Democrata vão mais longe, e vêm de mais longe. De há cerca de um ano, melhor dizendo, altura em que Amândio Pinto anunciou publicamente estar afastado de todas as estruturas do PSD, quer a nível do partido, quer enquanto representante na Assembleia Municipal, onde tem assento por inerência do cargo, tendo optado pelo estatuto de independente naquele órgão político. “Só estive como militante do PSD durante 15 dias”, explica, concluindo que o seu desencanto com o partido se fica a dever ao facto de ter percebido “que Paredes de Coura nunca lucrou muito com a ligação aos partidos. E isto tanto a nível do PSD como do PS”, clarifica.

“Nunca houve a coragem de Coura reivindicar junto dos partidos as principais necessidades do concelho”, refere Amândio Pinto, adiantando que sentia que “o que era aclamado pelos representantes do PSD em Coura”, não era acatado pelas estruturas distritais. A gota de água, explica, terá sido o facto de, aquando da auscultação da concelhia com vista a incluir obras no plano plurianual de investimentos ao nível da rede viária nacional, não existir nenhuma obra em Paredes de Coura, apesar das indicações dadas pela concelhia social-democrata nesse sentido. “Paredes de Coura até 2020 não era contemplado com nada”, critica, explicando que havia a consciência de que existiam obras necessárias. “Qualquer dos partidos (PSD e PS) fez chegar às distritais a informação que havia obras necessárias para Paredes de Coura. E tanto eram necessárias que chegamos ao ponto de a própria Câmara ver-se na obrigação de recorrer a fundos comunitários para fazer essas obras (ligação à A3)”. “É uma medida corajosa, mas só prova o quanto, tanto ao nível do PS, como ao nível do PSD, o concelho não tem sabido marcar posição”, refere o autarca de Linhares e Cossourado.

Câmara não faz obras em Linhares

O elogio à actuação do município na questão da ligação à A3 não invalida, contudo, algumas críticas à actuação da Câmara Municipal, nomeadamente no que respeita à falta de investimento na freguesia. “Foi feito em Linhares, em 2015, um caminho que foi pedido no último mandato do “Mineiro” (Manuel Fernandes, presidente da junta até 2009). E não foi no último ano do mandato”, alerta Amândio Pinto, criticando o esquecimento a que Linhares parece ter sido votado por parte dos responsáveis autárquicos.

“Estamos a falar de sete anos, sete anos em que a Câmara Municipal de Paredes de Coura fez um caminho, que já era pedido pelo anterior presidente e a que eu dei seguimento”, explica o actual presidente da união de freguesias de Cossourado e Linhares, que acrescenta que foi também feito um ponto de água no Monte do Carvalho. “Foi o último ponto de água a ser feito no concelho, naquela que é a zona mais perigosa de Paredes de Coura em termos de incêndios. Devia ter sido o primeiro. E foi feito com dinheiros comunitários, o investimento da Câmara foi zero”, remata Amândio Pinto, para demonstrar o alheamento a que a freguesia de Linhares foi sujeita. “Se aos meus sete anos de presidente de junta juntar os últimos quatro do “Mineiro”, são 11 anos em que não vi obra nenhuma da Câmara feita em Linhares”.

Criticas que o levam a considerar que “Linhares tem sido prejudicada” por parte da Câmara. E que se tornam ainda mais pertinentes quando se compara a situação desta freguesia com a de Cossourado que também passou a ser, entretanto, gerida por Amândio Pinto. “O dinheiro transferido para Cossourado no período de 15 dias (após as eleições de 2013) não chegam os últimos 11 anos de Linhares para igualar”, refere o autarca, explicando que “numa semana foram transferidos 70 e tal mi euros para a Junta de Cossourado que foram gastos à velocidade em que se queima um fósforo. Entraram e saíram”. Dinheiros que estariam relacionados com o pagamento de obras feitas naquela freguesia no mandato anterior, comparticipadas por fundos comunitários, mas em que é preciso entrar ainda com a parte não comparticipada. “Mas há freguesias que têm de pagar o resto, e há freguesias que são financiadas pela Câmara”, ataca o presidente da União de Freguesias de Cossourado e Linhares.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

PSD em mudanças na Câmara

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A vereação social-democrata está em mudanças na Câmara de Paredes de Coura. Seguindo aquilo que já pode ser considerada uma tradição dos seus mandatos, Décio Guerreiro, candidato derrotado nas eleições autárquicas de 2013, suspendeu as suas funções de vereador. Objectivo: dar possibilidade aos outros elementos da lista de ganharem alguma experiência nas lides autárquicas. Mas nem todos querem assumir o lugar.

Nas eleições de 2013, o PSD não conseguiu roubar a câmara courense ao Partido Socialista e conquistou apenas dois lugares na vereação, à semelhança do que acontecia desde a década de 80. Deste modo, Décio Guerreiro, que encabeçava a lista candidata, e Helena Ramos, a número dois, ocuparam os seus lugares de vereadores, sem pelouro, na oposição. No entanto, volvidos pouco mais de dois anos, eis que Décio Guerreiro sai de cena, ao que tudo indica temporariamente, dando lugar a Janine Azevedo Soares, independente que o histórico do PSD courense foi buscar para o terceiro lugar da lista que liderou.

Uma situação que, explicou Janine Azevedo Soares, “estava apalavrada desde o início do mandato” e que visa, nas palavras da própria, “dar-me mais experiência nas lides de vereação”. Janine Azevedo Soares, advogada em Braga, junta-se, assim, a Helena Ramos, o que, tendo em consideração que do lado do PS o elenco camarário é composto por dois homens e uma senhora, vai dar ao executivo courense uma maioria feminina.

Considerando que a rotatividade de vereadores é “algo de positivo e próprio de pessoas que não estão presas ao cargo que ocupam”, Janine Azevedo Soares entende que a sua presença na vereação, ainda que sem pelouro, pode trazer alguns contributos em áreas como a assistência social e o empreendedorismo social e empresarial. “Creio que poderei contribuir favoravelmente para o bem-estar e melhoria das condições de vida dos courenses”, remata a advogada, que encara a sua presença no executivo camarário como “um serviço a favor da população courense”.

O esquema de rotatividade de vereadores não é, referia-se, novidade no PSD courense, nomeadamente quando Décio Guerreiro é candidato à Câmara. O social-democrata já por diversas vezes no passado suspendeu o seu mandato, dando lugar a outros elementos da lista. Desconhece-se, contudo, se este esquema se vai alastrar também à, até agora, sua colega na vereação, Helena Ramos, que muitos apontam como a próxima candidata do PSD à Câmara Municipal de Paredes de Coura.

O certo é que, quando uma das duas vereadoras social-democratas precisar de ser substituída, por alguma falha ou impedimento, não será o próximo da lista que as irá render. O quarto lugar foi ocupado por Amândio Pinto, presidente da união de freguesia de Linhares e Cossourado, independente eleito pelo PSD. O autarca, contudo, já avisou que, se for chamado a isso, não assumirá o seu lugar na vereação. Uma opção que, justifica, tem a ver com o compromisso assumido para com a população das freguesias que o elegeram. Mas a que não será alheio, também, o corte de relações com as estruturas políticas do PSD, verificado no ano passado.

sexta-feira, 4 de março de 2016

Câmara quer transformar Casa do Outeiro em hotel

A Câmara de Paredes de Coura já tem um projecto de intervenção com vista à recuperação e aproveitamento da Casa do Outeiro, em Agualonga. Um imóvel que já teve muitos destinos apontados, mas nenhum deles saiu do papel. O novo projecto inclui uma parceria com investidores holandeses, mas por enquanto falta o dinheiro para colocar em prática este investimento.

A questão da recuperação da Casa do Outeiro, em Agualonga, foi levantada por José Augusto Caldas, líder da bancada social-democrata, na última assembleia municipal. José Augusto Caldas lembrou ao presidente da Câmara o avançado estado de degradação em que se encontra aquele imóvel, propriedade do município, e perguntou quando é que iriam ter um projecto para aquele espaço.

A resposta de Vítor Paulo Pereira foi simples e contundente: “quando houver dinheiro”. Não poupando críticas à oposição, que acusa de pedir para aliviar impostos e deste modo fragilizar a receita, mas ao mesmo tempo querer prometer tudo a todos e defender a recuperação da Casa do Outeiro, o autarca courense explicou a José Augusto Caldas que “a política é uma questão de escolhas e de dinheiro”.

Apesar disso, Vítor Paulo Pereira aproveitou a ocasião para anunciar que a Câmara de Paredes de Coura já tem um projecto para a recuperação e viabilização daquele imóvel. Uma ideia que passa por uma parceria com um grupo de investidores holandeses e que visa a transformação da antiga casa senhorial em hotel.

A ideia do município para a Casa do Outeiro passa pela sua transformação em hotel, mas com características especiais, “Em vez de fazer um hotel comum, vamos fazer um hotel ligado a residências artísticas”, adiantou Vítor Paulo Pereira, explicando que o espaço terá, por exemplo, um estúdio de gravação, bem como espaços vocacionados para a pintura e dança, entre outras áreas ligadas às artes e que permitiriam atrair ao concelho artistas de vários sectores. Um pouco à semelhança, por exemplo, do retiro criativo que os “The Happy Mess” fizeram no ano passado no CEIA – Centro de Educação e Interpretação Ambiental, inserido na área de Paisagem Protegida do Corno de Bico.

Residências artísticas pagas, salienta o autarca, referindo que o espaço seria gerido pelos investidores holandeses, com contrapartidas para a Câmara. Autarquia e investidores procuram, agora, um outro parceiro, um grupo turístico, que possibilite a sustentabilidade financeira da renovada Casa do Outeiro. Um pouco à semelhança do acordo que já existe para a dinamização de campos de conhecimento no CEIA, que envolve a companhia aérea Lufthansa e a Universidade do Porto e que junta lazer e formação certificada.

A recuperação da Casa do Outeiro, no entanto, não deverá avançar a breve prazo. Há um projecto e há vontade, “só que isso custa dinheiro”, adverte o presidente courense. No caso, explicou, custa cerca de três milhões de euros, sendo que havendo a possibilidade de 75% do valor ser financiado, os restantes 25% terão de ser suportados pelos promotores, o que ainda representa uma verba elevada.

Recorde-se que a Casa do Outeiro, na freguesia de Agualonga, datada do terceiro quartel de 1700, foi residência da Viscondessa de Peso de Melgaço, Francisca Rosa d’Antas Bacelar e Barbosa, que na década de 80 a deixou em herança ao município de Paredes de Coura. Parte do seu recheio foi aproveitado pela autarquia courense, sendo a base do Museu Regional do concelho, estando também presente no Arquivo Municipal. O que ficou na casa, contudo, foi sendo sucessivamente alvo de pilhagens, já que a casa foi assaltada inúmeras vezes.

Ao longo dos últimos anos, desde que o imóvel é propriedade da Câmara de Paredes de Coura, vários foram os destinos que lhe foram apontados, sendo que nenhum deles saiu do papel. Inclusivamente tem servido de inspiração para projectos de arquitectura e teses de dissertação, a última das quais, da autoria de Sérgio Gonçalves, foi apresentada em Dezembro último no âmbito do mestrado integrado em Arquitectura e Urbanismo da Escola Superior Galaecia.

Já foi indicado para receber um pólo do Ensino Superior, tanto do Instituto Politécnico de Viana do Castelo como, mais recentemente, da Universidade do Minho. Ganhou também a perspectiva de ali ser instalado um Centro de Dieta Atlântica. Nas campanhas eleitorais autárquicas teve igualmente destinos enunciados, nomeadamente pelos candidatos do PSD: José Augusto Caldas, em 2009, queria ali instalar um pólo dinamizador das actividades locais e Décio Guerreiro, em 2013, recuperou esta ideia, e pretendia alojar ali uma série de estruturas ligadas aos produtos tradicionais e ao turismo, adiantando que se ganhasse as eleições, no final do seu mandato a casa estaria recuperada.

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Câmara melhora praia fluvial a pensar no Festival

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A Câmara Municipal de Paredes de Coura está a fazer diversas obras de beneficiação na praia fluvial do Taboão. O objectivo é continuar a dotar de melhores condições aquele espaço, onde se realiza o Festival de Paredes de Coura.

Entre os trabalhos que estão a ser levados a cabo está a substituição dos passeios existentes, em lajes de cimento, por caminhos mais amplos, em paralelo. Uma obra que irá beneficiar não só os frequentadores do Festival de Paredes de Coura, mas também todos aqueles que, ao longo do ano, passam por aquele local.

O grosso dos trabalhos, contudo, visa sobretudo dotar o espaço de melhores condições para acolher o Festival que, durante alguns dias de Agosto traz milhares de turistas a Paredes de Coura. Melhorias que, aliás, a organização do evento já tinha anunciado em Novembro, aquando da entrega dos prémios dos Portugal Festival Awards, onde o festival courense arrecadou cinco prémios, incluindo o de Melhor Festival de “Grande Dimensão”.

Na altura o Festival de Paredes de Coura venceu também categoria de “Melhor Campismo” e João Carvalho, da empresa organizadora, desde logo anunciou que a edição de 2016 iria ter ainda melhores condições no campismo, com mais área disponível para colocação das tendas, bem como chuveiros e WC’s de apoio em três locais diferentes. E são precisamente essas melhorias que estão já a ser implementadas na praia fluvial do Taboão, de um lado e do outro do rio Coura.

“Estas obras inserem-se já num planeamento que tínhamos delineado, porque o Festival todos os anos tem mais pessoas e é preciso criar condições de conforto para que as pessoas se sintam bem em Paredes de Coura”, explica Vítor Paulo Pereira, presidente da Câmara courense e que já fez parte da empresa responsável pelo sucesso do Festival. “A música é importante para trazer pessoas, mas para cimentar uma marca com critérios de responsabilidade e de exigência temos de criar condições de conforto para todos os festivaleiros”, acrescenta o autarca, referindo também, que as obras são igualmente importantes para “afirmar a marca Paredes de Coura junto dos patrocinadores, porque não devemos esquecer que a longevidade e as exigências de respeitabilidade que o Festival tem, só se conseguem através de um cuidado constante que devemos ter com o espaço e com a marca do Festival”.

Além dos caminhos e do campismo, a intervenção na praia fluvial do Taboão passou também pela construção de uma nova régie, por melhoramentos na relva de toda a praia e pela correcção de alguns declives no denominado “anfiteatro natural” de Paredes de Coura, criando melhores condições de comodidade e visibilidade para o palco principal.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Filipe Ferreira à frente dos jovens socialistas

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Filipe Ferreira, jovem enfermeiro de Castanheira, vai ser o presidente dos jovens socialistas de Paredes de Coura. A nova estrutura partidária, que a concelhia courense há muito queria reactivar, já tem equipa escolhida e nela participam jovens de todas as freguesias courenses.

Isso mesmo salientou o novo líder da Juventude Socialista de Paredes de Coura, adiantando que a equipa vai ser formada por cerca de 30 pessoas. “Procuramos ter um elemento de cada freguesia e conseguimos”, explicou Filipe Ferreira, de 25 anos, um rosto novo nestas lides da política, mas que sempre se assumiu como simpatizante do PS.

No rol de ideias de Filipe Ferreira e sua equipa para a dinamização dos jovens socialistas, estão, naturalmente, as eleições autárquicas do próximo ano. No entanto, este não é, para já, um trabalho prioritário. O novo líder da JS courense quer aproveitar o facto de ter a trabalhar consigo jovens de todas as freguesias, para fazer um levantamento das situações mais preocupantes verificadas em cada uma delas. Um trabalho de voluntariado que, refere, é visto como muito gratificante e motivador por parte da equipa que o acompanha.

O processo de recrutamento dos elementos que vão dar vida à Juventude Socialista já decorria há algum tempo, liderado pelo presidente da concelhia, Armando Araújo, que procurava “a pessoal ideal para assumir o cargo”. Um processo que terminou com a escolha de Filipe Ferreira, que irá agora ser legitimado pela realização de eleições, que serão levadas a cabo nas próximas semanas. Mais tarde, também ainda sem data marcada, terá lugar a tomada de posse, que o presidente da concelhia socialista quer transformar numa ocasião mais solene, um momento marcante para a vida da nova estrutura partidária, e que poderá, inclusivamente, contar com a presença do secretário-geral da Juventude Socialista.

A criação da Juventude Socialista de Paredes de Coura surge numa altura em que foram já eleitos os novos elementos da Federação Distrital da JS do Alto Minho, agora liderada pela vianense Carlota Borges, que foi a quarta da lista socialista candidata às últimas eleições legislativas e que tem tido, também, um papel importante na reactivação da estrutura courense. Dos órgãos distritais não faz parte nenhum elemento de Paredes de Coura, por não existir JS no concelho à data, mas assim que for formalizada a sua eleição, Filipe Ferreira tem lugar inerente nos órgãos dirigentes da Federação.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Novo líder do PSD courense quer apostar em caras novas


O PSD de Paredes de Coura tem um novo líder. As eleições para a concelhia social-democrata decorreram no passado dia 31 de Janeiro, depois de toda a estrutura directiva, então dirigida por José Augusto Caldas, ter apresentado a sua demissão. Uma demissão que, aparentemente, estaria já programada para acertar calendários eleitorais, mas que algumas vozes do partido relacionaram também com divergências no interior daquela secção.
O novo presidente é agora Vítor Domingues, que ocupava a vice-presidência na direcção anterior. Aliás, Vítor Domingues também já foi vice-presidente da concelhia na altura em que esta era liderada por Paulo Castro e é considerado pelos correligionários como um homem de trabalho em prol do partido. Agora, à frente duma lista única, foi o escolhido para liderar os destinos do PSD courense, numa altura em que a prioridade passa já pelas eleições autárquicas de 2017. A cerca de ano e meio de distância, ainda não são apontados nomes. “Ainda é muito cedo”, explica o novo dirigente, referindo que nem sequer teve ainda oportunidade de reunir a sua direcção. Mas, acrescenta, a aposta passada pela obtenção de um bom resultado nas eleições autárquicas de 2017, referindo, contudo, que “todos sabem que não vai ser fácil”.
“Vamos apostar em novas pessoas”, adianta ainda Vítor Domingues, acrescentando que, no entanto, “não vamos colocar de lado as pessoas que têm dado a cara pelo partido nos últimos anos”. O que se pode verificar, aliás, pela composição da equipa que o acompanha neste novo desafio. As vice-presidências da direcção, por exemplo, são ocupadas por Dinis Fernandes, que tem substituído José Augusto Caldas como porta-voz da bancada do PSD na Assembleia Municipal, e por Helena Ramos, actual vereadora e que muitos apontam como a próxima candidata social-democrata à presidência da Câmara de Paredes de Coura.
A direcção é ainda composta por Fernando Fernandes, presidente da União de Freguesias de Paredes de Coura e Resende, que ocupa o lugar de secretário, e por João Cunha, a tesoureiro. Como vogais, a estrutura dirigente apresenta António Fernandes, presidente da Junta de Freguesia de Parada, Fernando Cunha, que foi candidato pelo PSD à Junta de Freguesia de Cunha, Maria Alice Barbosa, que foi candidata à Junta de Freguesia de Agualonga, Maria Natércia Sá, de Cristelo e José Pereira da Cunha, de Bico. Como vogal aparece também o anterior presidente da concelhia, José Augusto Caldas, que aquando da sua demissão tinha avançado que só faria parte da nova direcção em último recurso. Na mesa da assembleia geral encontramos também outros históricos do PSD courense, nomeadamente Ângelo Brandão Ferreira, na presidência, e Décio Guerreiro, como vice. A mesa fica completa com a secretária Hermínia Pereira.
Outros dos objectivos de Vítor Domingues passa por “unir o partido ao máximo”. Ou seja, explica, “ir buscar as pessoas que se afastaram do PSD mas que ainda se consideram social-democratas”. Por outro lado, a aposta passa também por conseguir mais militantes e “estar mais próximo das pessoas, das suas preocupações, dos seus problemas e das suas necessidades”. Para tal, o PSD de Paredes de Coura tem um projecto que passa pela criação de grupos de voluntários em cada freguesia que terão a seu cargo o levantamento das necessidades da população dessa freguesia. “Isto é muito importante”, refere Vítor Domingues, explicando que, “ao mesmo tempo que se faz esse levantamento das necessidades estamos já a criar as bases do nosso programa eleitoral”, adiantando trabalho para a preparação das eleições autárquicas de 2017.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Câmara quer valorizar Casa Grande de Romarigães


A Câmara de Paredes de Coura está a trabalhar na elaboração de um projecto que permita valorizar a Casa do Amparo, em Romarigães, que ficou célebre por ter inspirado uma das obras-primas de Aquilino Ribeiro.Um desejo que não é de agora, mas que poderá ter novos desenvolvimentos em breve, já que a autarquia courense está a trabalhar em conjunto com a família do escritor, proprietários do imóvel, no sentido de encontrar uma solução para a Casa Grande de Romarigães.
“Uma das coisas que nos mata o coração é a Casa Grande de Romarigães!” Quem o diz é Vítor Paulo Pereira, presidente da Câmara de Paredes de Coura quando confrontado com a actual situação da Casa do Amparo. Agora, a autarquia courense parece apostada em inverter esse cenário. “Estamos a trabalhar nisso, mas é difícil porque não há muita sensibilidade para estas coisas”, adianta Vítor Paulo Pereira que, contudo, está esperançado em encontrar uma solução para aquele espaço.

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sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

EPRAMI com projecto inovador no apoio à pessoa com deficiência


Via Azul – Prioridade à Pessoa com Deficiência é o mais recente projecto de um grupo de alunos e professores da EPRAMI – Escola Profissional do Alto Minho Interior, em Paredes de Coura. Numa altura em que a escola assinala 23 anos de vida, este é apenas mais um exemplo do dinamismo e da visão de futuro que este estabelecimento de ensino continua a apresentar.
A ideia parece simples e, como referem os seus promotores, trata-se de um projecto que resolve um problema concreto: a ocupação indevida dos lugares de estacionamento reservados a cidadãos portadores de deficiência. Resta agora saber se os quatro alunos do 2º ano do Curso Técnico de Electrónica, Automação e Comando que fazem parte da equipa promotora, vão estar à altura de colocar em prática uma ideia que, mais do que um projecto académico, tem todo o potencial para se transformar numa iniciativa funcional.
A apoiar, e supervisionar, os quatro alunos estão os professores Jorge Braga e Albino Agra, responsáveis pelas áreas técnicas do referido curso, e que, além da vertente prática do projecto Via Azul, salientam também a sua relevância pedagógica, nomeadamente a sensibilização da importância do respeito pelos portadores de deficiência. Ao mesmo tempo valorizam igualmente a transdisciplinaridade do projecto, já que além das disciplinas da área técnica, como a electrónica e a tecnologia aplicadas, terão ainda oportunidade de enveredar por outras áreas do conhecimento. O projecto, denominado Via Azul – Prioridade à Pessoa com Deficiência, foi um dos seleccionados para participar no conceituado Prémio Ciência na Escola, da Fundação Ilídio Pinho, que vai já na sua décima terceira edição e cujo prémio final, para o primeiro classificado, resulta num apoio de 20 mil euros.
A ideia é criar um sistema de sinalização automático para a presença de um veículo autorizado num lugar de estacionamento reservados a deficientes. Ou seja, ajudar a acabar com os abusos que muitas vezes acontecem, em que os lugares reservados são ocupados por viaturas que não são utilizadas por cidadãos portadores de deficiência. O sistema a que se propõe o grupo da EPRAMI visa o desenvolvimento de um dístico electrónico para colocar nas viaturas que substituiria o habitual dístico autocolante. Ao mesmo tempo também os sinais verticais que indicam os espaços reservados para o estacionamento seriam substituídos por sinais “inteligentes”. O dístico nos automóveis funcionará como emissor e o sinal “inteligente” como receptor, identificando que se trata de uma viatura efectivamente utilizada por cidadão portador de deficiência. Deste modo, sempre que uma viatura sem o referido dístico electrónico estacionasse num lugar reservado a cidadãos portadores de deficiência, o sinal emitiria um alarme, que alertava o condutor para a necessidade de remover dali a viatura estacionada indevidamente. O tamanho reduzido do dístico emissor e o facto de funcionar ligado ao isqueiro do automóvel possibilitará ainda a sua portabilidade e utilização em mais que uma viatura.
Um projecto que, na opinião dos promotores, tem um elevado potencial de execução, criado, nomeadamente, pelo facto de existir a séria possibilidade de ser aplicado em contexto real. Para isso contribui também a parceria existente com a Câmara Municipal de Paredes de Coura, entidade responsável pela ordenação do trânsito no concelho, o que irá permitir a realização de um teste do sistema Via Azul na via pública, recorrendo a um protótipo funcional, bem como a posterior sensibilização dos munícipes para a importância dos respeito por uma questão tão quotidiana como a utilização indevida dos lugares de estacionamento reservados a cidadãos portadores de deficiência.