sexta-feira, 4 de março de 2016

Câmara quer transformar Casa do Outeiro em hotel

A Câmara de Paredes de Coura já tem um projecto de intervenção com vista à recuperação e aproveitamento da Casa do Outeiro, em Agualonga. Um imóvel que já teve muitos destinos apontados, mas nenhum deles saiu do papel. O novo projecto inclui uma parceria com investidores holandeses, mas por enquanto falta o dinheiro para colocar em prática este investimento.

A questão da recuperação da Casa do Outeiro, em Agualonga, foi levantada por José Augusto Caldas, líder da bancada social-democrata, na última assembleia municipal. José Augusto Caldas lembrou ao presidente da Câmara o avançado estado de degradação em que se encontra aquele imóvel, propriedade do município, e perguntou quando é que iriam ter um projecto para aquele espaço.

A resposta de Vítor Paulo Pereira foi simples e contundente: “quando houver dinheiro”. Não poupando críticas à oposição, que acusa de pedir para aliviar impostos e deste modo fragilizar a receita, mas ao mesmo tempo querer prometer tudo a todos e defender a recuperação da Casa do Outeiro, o autarca courense explicou a José Augusto Caldas que “a política é uma questão de escolhas e de dinheiro”.

Apesar disso, Vítor Paulo Pereira aproveitou a ocasião para anunciar que a Câmara de Paredes de Coura já tem um projecto para a recuperação e viabilização daquele imóvel. Uma ideia que passa por uma parceria com um grupo de investidores holandeses e que visa a transformação da antiga casa senhorial em hotel.

A ideia do município para a Casa do Outeiro passa pela sua transformação em hotel, mas com características especiais, “Em vez de fazer um hotel comum, vamos fazer um hotel ligado a residências artísticas”, adiantou Vítor Paulo Pereira, explicando que o espaço terá, por exemplo, um estúdio de gravação, bem como espaços vocacionados para a pintura e dança, entre outras áreas ligadas às artes e que permitiriam atrair ao concelho artistas de vários sectores. Um pouco à semelhança, por exemplo, do retiro criativo que os “The Happy Mess” fizeram no ano passado no CEIA – Centro de Educação e Interpretação Ambiental, inserido na área de Paisagem Protegida do Corno de Bico.

Residências artísticas pagas, salienta o autarca, referindo que o espaço seria gerido pelos investidores holandeses, com contrapartidas para a Câmara. Autarquia e investidores procuram, agora, um outro parceiro, um grupo turístico, que possibilite a sustentabilidade financeira da renovada Casa do Outeiro. Um pouco à semelhança do acordo que já existe para a dinamização de campos de conhecimento no CEIA, que envolve a companhia aérea Lufthansa e a Universidade do Porto e que junta lazer e formação certificada.

A recuperação da Casa do Outeiro, no entanto, não deverá avançar a breve prazo. Há um projecto e há vontade, “só que isso custa dinheiro”, adverte o presidente courense. No caso, explicou, custa cerca de três milhões de euros, sendo que havendo a possibilidade de 75% do valor ser financiado, os restantes 25% terão de ser suportados pelos promotores, o que ainda representa uma verba elevada.

Recorde-se que a Casa do Outeiro, na freguesia de Agualonga, datada do terceiro quartel de 1700, foi residência da Viscondessa de Peso de Melgaço, Francisca Rosa d’Antas Bacelar e Barbosa, que na década de 80 a deixou em herança ao município de Paredes de Coura. Parte do seu recheio foi aproveitado pela autarquia courense, sendo a base do Museu Regional do concelho, estando também presente no Arquivo Municipal. O que ficou na casa, contudo, foi sendo sucessivamente alvo de pilhagens, já que a casa foi assaltada inúmeras vezes.

Ao longo dos últimos anos, desde que o imóvel é propriedade da Câmara de Paredes de Coura, vários foram os destinos que lhe foram apontados, sendo que nenhum deles saiu do papel. Inclusivamente tem servido de inspiração para projectos de arquitectura e teses de dissertação, a última das quais, da autoria de Sérgio Gonçalves, foi apresentada em Dezembro último no âmbito do mestrado integrado em Arquitectura e Urbanismo da Escola Superior Galaecia.

Já foi indicado para receber um pólo do Ensino Superior, tanto do Instituto Politécnico de Viana do Castelo como, mais recentemente, da Universidade do Minho. Ganhou também a perspectiva de ali ser instalado um Centro de Dieta Atlântica. Nas campanhas eleitorais autárquicas teve igualmente destinos enunciados, nomeadamente pelos candidatos do PSD: José Augusto Caldas, em 2009, queria ali instalar um pólo dinamizador das actividades locais e Décio Guerreiro, em 2013, recuperou esta ideia, e pretendia alojar ali uma série de estruturas ligadas aos produtos tradicionais e ao turismo, adiantando que se ganhasse as eleições, no final do seu mandato a casa estaria recuperada.

10 comentários:

  1. Quando houver dinheiro! E porque é que não há dinheiro? Ah pois é verdade, gastaram em obras inúteis...

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    1. Pois foi, foi tudo gasto. que caramba! Olha fixe fixe era metermos uns projetozinhos com garranos á mistura. Parece que dá dinheiro.. Ah e já agora , podiamos enganar as pessoas, cobrando-lhes um suposto curso obrigatório para sulfatar, quando a lei é bem clara e diz que apenas para produtos profissionais é que existe a tal obrigatoriedade!! Ah espera... também já foi feito... hummmm parece que tamos mesmo feitos ao bife...

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    2. Anónimo de 4 de Março pelas 15.21,não pretende levar ninguém em erro, infelizmente a lei dos ditos"cursitos"são mesmo obrigatários segundo informações prestadas pelos serviços competentes da M.Agricultura,para os idosos também estes terão de fazer essa dita formação de 4 horas para que os estabelecimentos comerciais possam vender todos os produtos tais como herbicidas, inseticidas e muitos outros, antes de escrevermos devemos primeiro procurar através de quem e direito a informação válida e segura, foi o que eu fiz.

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    3. Sabe ler? Sabe interpretar um texto?
      Então perca 1 minutos e leia:
      http://www.dgadr.mamaot.pt/15-formacao-profissional/561-esclarecimento-sobre-o-uso-nao-profissional-de-produtos-fitofarmaceuticos

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    4. Vou apresentar uma proposta para a viabilização do cancro corrosivo que é a casa do Outeiro em Agualonga, ninguém melhor pode transformar numa digna sede para a firma da Ritmos ou seja os homens do festival incluindo o presidente da câmara que também é sócio!!!???Tudo em casa.

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  2. Estou me borrifando para cursos e garranos e o que lhes valha! A mim custa-me é ver o dinheiro que pago de IMI ir para obras parvas, completamente inúteis, que são muito bonitas mas que ninguém usa!!!
    Ass. O anónimo das 12.40h.

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  3. Pobre sra.viscondessa deixou tudo a gente inutil que deixou cair e roubar Tudo.

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  4. A casa Santa Ana em Agualonga,apenas foi doada CM com uma esmola que mata o pobre, se a falecida Marina criada ou governante da senhora visse futuro nesse prédio nunca vinha parar á CM.Tudo o que seja gastar dinheiro na recuperação do mesmo prédio é dinheiro votado no caixote do lixo, já chega o que lá gastaram in gloriam ente-BASTA!!!

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    1. A Sra. Marina não ficou com a casa porque teve consciência que não tinha dinheiro para manter a "casa em pé"! Alguma parte do recheio da casa encontra-se no museu, outra parte foi roubada e outro tanto está a apodrecer juntamente com a casa!

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