terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Oposição ausente, orçamento aprovado

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Foi calma, muito calma, a última sessão da Assembleia Municipal de Paredes de Coura. Com o PSD desfalcado, a oposição resumiu-se a João Paulo Alves, do PCP que teceu algumas críticas ao orçamento municipal para 2017. No final, sem surpresas e sem questões, o principal assunto em discussão passou com distinção… e com alguns votos social-democratas.

Sem José Augusto Caldas, o habitual porta-voz do PSD, nem Dinis Fernandes, que tenta assumir esse papel quando o primeiro falta, foi um PSD sem liderança aquele que se viu na noite da passada sexta-feira, na Assembleia Municipal (AM) de Paredes de Coura. E mesmo na bancada dos vereadores, nem uma cara social-democrata para marcar presença. Nem Janine Soares, nem Helena Ramos, que recentemente deixou os cargos no partido mas garantiu que iria continuar como vereadora, estiveram presentes. Logo quando em discussão estava o orçamento e as grandes opções do executivo liderado por Vítor Paulo Pereira para o próximo ano. E ainda para mais quando, na reunião do executivo onde o documento foi aprovado, com a abstenção das vereadoras do PSD, estas tenham deixado em declaração de voto a promessa de que as críticas ao orçamento seriam feitas na AM. Mas, sem José Augusto Caldas, presente, não foi de estranhar, que do lado social-democrata não surgissem intervenções de relevo a criticar o documento, ao contrário do que tem acontecido no passado, em que são conhecidos os episódios em o líder do grupo municipal do PSD “disseca” o orçamento municipal.

Não se estranhou, também, que coubesse a João Paulo Alves, do PCP, o papel de “mau da fita” ou seja foi do deputado municipal comunista que saíram as principais críticas aos documentos em discussão na AM. Falando de um orçamento muito dependente dos fundos estruturais e receitas exíguas, conseguidas à custa do aumento de impostos, contrariando o que no seu tender deveria ser o modo de agir socialista, João Paulo Alves acabaria, ainda assim, por reconhecer o esforço da equipa liderada pro Vítor Paulo Pereira. E não perdeu a oportunidade de dar uma “alfinetada” nos seus colegas de oposição, lamentando a fraqueza visível nos partidos da oposição em Coura.

“Se a oposição tem diminuído é porque o PS trabalha bem”, explicaria logo a seguir Manuel Miranda, também ele promovido temporariamente a líder do grupo municipal do Partido Socialista pela ausência de Rosalina Martins. Realçando o investimento municipal na Educação, o socialista realçou as preocupações com a criação de emprego, dizendo que “o ciclo de courenses que trabalhava fora está-se a inverter” e elogiando a capacidade de decisão do executivo, que “ataca os problemas de frente e dá respostas aos empresários”.

Já Vítor Paulo Pereira, na defesa do documento, assume a dependência dos fundos estruturais, mas realça que “os tempos são diferentes” e que as autarquias são cada vez mais “um braço do Estado”. Falando dum orçamento de criatividade e de coragem, o autarca courense destaca ainda que o documento foi feito “com muito trabalho, com planeamento e com muito amor por Paredes de Coura”. E, limpando o ar de quaisquer críticas, acabaria por referir que “com discursos fatalistas não vamos a lado nenhum”.

No final, o orçamento e as grandes opções do plano para 2017 do município courense acabariam por ser aprovadas sem dificuldade. Sem qualquer voto contra, com a abstenção do PCP e de alguns elementos do PSD, pois este partido mostrou mais uma vez a sua divisão e o reflexo dos problemas internos e houve mesmo elementos, autarcas, que votaram favoravelmente os documentos, ao lado do Partido Socialista.