sexta-feira, 17 de março de 2017

Ligação à A3: um primeiro vislumbre do traçado

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Não será, ainda, o traçado definitivo, mas são imagens apresentadas hoje na cerimónia de assinatura do acordo de gestão entre a Infraestruturas de Portugal e a Câmara de Paredes de Coura, com vista à ligação entre a A3 e o parque empresarial de Formariz. E que já dão uma ideia do que pretende ser ser feito, com alguns troços da EN303 a serem aproveitados, mas também com uma grande parte de nova via, evitando alguns dos principais pontos de afunilamento do actual traçado. E, conforme foi apresentado, com duas rotundas (uma em Sapardos, logo após a saída da A3, a outra em S. Bento da Porta Aberta, possibilitando a ligação quer a Valença, quer a Ponte de Lima, pela EN201) e três entroncamentos com a EN303, em Linhares, Ferreira e Formariz, onde termina a intervenção. (Clicar nas imagens para aumentar)

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quarta-feira, 15 de março de 2017

EMENTAS VEGETARIANAS: Paredes de Coura à frente da nova Lei

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A Assembleia da República aprovou, há duas semanas, a introdução obrigatória de um prato vegetariano nas cantinas públicas. Em Paredes de Coura a notícia foi bem-recebida, até porque há muito que o município vinha a trabalhar este assunto junto da comunidade.

Na cantina da Escola Básica de Paredes de Coura já ninguém estranha quando o prato do dia é vegetariano. Há muito que a ementa contempla, de duas em duas semanas, pratos onde não consta qualquer produto de origem animal. Agora, com a aprovação na Assembleia da República da Lei que vai obrigar todas as cantinas públicas a incluir um prato vegetariano nas suas ementas, o que já era normal vai passar a ser mais habitual. Com a entrada em vigor da nova lei, proposta pelo PAN – Pessoas, Animais, Natureza, a escola vai passar a ter uma alternativa vegetariana diária, mediante inscrição prévia.

“A Lei é muito válida”, começa por referir Maria José Moreira, vereadora com o pelouro da Educação, a propósito desta nova obrigatoriedade, salientando o facto de Paredes de Coura estar na primeira linha dos municípios a este nível. É que, além do prato vegetariano na cantina da Escola Básica, também na Escola Básica e Secundária já tinha sido igualmente introduzido um dia em que os produtos de origem animal não entram na ementa. Além disso, mesmo nas instituições não públicas existiam já progressos a este nível. No OUSAM, por exemplo, há um prato vegetariano uma vez por semana e na EPRAMI, existe desde há alguns meses, diariamente, uma alternativa vegetariana.

“Os alunos devem habituar-se a esta diversidade”, explica Maria José Moreira, também ela vegetariana, acrescentando que “deverão ter a noção que o vegetarianismo é uma opção a considerar em termos de política ambiental, em termos de saúde e em termos de respeito por todas as formas de vida”. Mas a vereadora fala também numa “política do município de abertura a diferentes opções alimentares”.

Uma política que passa por proporcionar informação e reflexão sobre a importâncias das escolhas alimentares. Exemplo disso é o Congresso Internacional Vegetariano, que terá este ano a sua terceira edição e onde se debate a alimentação vegetariana, mas também o desenvolvimento sustentável. Ou ainda o “Green Weekend”, com workshops de cozinha vegetariana, bem como outros dedicados especificamente às crianças, realizados nas escolas, “para que a opção vegetariana seja respeitada pelos alunos e seja entendida como uma opção válida”, acrescenta Maria José Moreira.

“Há toda uma política do município que converge no sentido de promover a generosidade: com eles próprios, com o ambiente e com animais”, refere ainda a responsável pelo pelouro da Educação. O “Projecto Terra” é um dos exemplos desta política, dinamizando uma série de actividades que promovem a alimentação vegetariana, a agricultura biológica e a promoção dos produtos da terra. Os alunos têm uma horta biológica no Museu Regional de Paredes de Coura, bem como um jardim de ervas e flores comestíveis e um pomar com árvores e arbustos de frutos. Numa outra vertente desenvolvem também o projecto da bolota, em que, entre outras actividades, já produziram pão com farinha de bolota.

O trabalho do município não se cinge, contudo ao público em idade escolar, mas abrange toda a comunidade courense. E começa a dar frutos. Maria José Moreira fala, por exemplo, das alheiras vegetarianas que já são produzidas em Paredes de Coura, pelos Enchidos Agramonte, de Cossourado e requisitadas em vários pontos do país. Ou da Quinta das Águias, em Rubiães, considerada um santuário animal, onde estão a ser feitas experiências para comercializar um queijo sem proveniência animal. Também a autarquia courense dá o exemplo e, recorde-se, os últimos jantares de Natal do município incluíram uma alternativa vegetariana, o mesmo acontecendo em várias outras iniciativas promovidas pela Câmara de Paredes de Coura.

segunda-feira, 6 de março de 2017

TAMBÉM LÁ ESTÃO COURENSES: Cemitério francês candidato a património mundial

O cemitério de Richebourg é um dos que integra a lista de sítios candidatos a património mundial. Trata-se dum cemitério militar em terras de França, mas exclusivamente português, onde inclusivamente repousam alguns courenses.

Localizado em Pas de Calais, no Norte de França, o cemitério militar de Richebourg L’Avoué é conhecido como o “cemitério português”. Isto porque aloja, exclusivamente, as campas de 1831 soldados portugueses que perderam a vida durante a I Guerra Mundial, nomeadamente entre 1917 e 1918, altura em que o nosso país participou activamente no conflito. Agora, no âmbito de uma candidatura conjunta da França e da Bélgica, aquele cemitério integra uma lista com mais de cem locais funerários e memoriais que foi apresentada à UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, com vista à sua classificação como património mundial. A Sandra Barros já dava conta da notícia neste post no início de Fevereiro. Agora apenas um complemento.

A candidatura, cujo resultado só deverá ser conhecido no próximo ano, foi apresentada no início deste mês e integra 96 locais em território francês e ainda 27 outros localizados na Bélgica. Em comum, o facto de todos fazerem parte da chamada “Frente Ocidental” da I Guerra Mundial e de, em conjunto, corresponderem àquilo que os promotores da candidatura apelidam de “uma nova memória funerária”, reunindo elementos que “são representativos da enorme diversidade de nações e de povos que estiveram envolvidos no conflito mundial”.

É o caso dos portugueses, 1831 soldados, cujas sepulturas ali se encontram. Não é o único local onde se encontram corpos de soldados portugueses – destaca-se, por exemplo, o talhão português do cemitério de Boulogne onde existem 44 campas – mas é aquele onde se reúne o maior número. Ali foram reunidos corpos que se encontravam noutros cemitérios de França, Bélgica e até da Alemanha, em virtude de terem sido capturados pelos alemães e falecido em campos de prisioneiros. A maioria, contudo, terá resultado da Batalha de La Lys, ocorrida a 9 de Abril de 1918.

Cinco courenses em Richebourg

Em Richebourg encontram-se também os corpos de, pelo menos, cinco soldados oriundos de Paredes de Coura. Entre os 1831 soldados ali sepultados existem ainda 238 que nunca foram identificados. Aqueles que é conhecida a identidade, é possível consultar algumas informações, numa página web criada como memorial e homenagem aos soldados lusos que participaram e perderam a vida naquele conflito e que pode ser consultada em http://www.memorialvirtual.defesa.pt.

Aliás,este blogue já em Janeiro de 2015, dava conta desta página web e da existência de courenses em Richebourg. Na altura, falou-se no caso de Gaspar da Cunha, natural de Pecene, Cossourado e falecido em 7 de Agosto de 1918, cujos descendentes tinham descoberto, com a ajuda da referida página web, a localização do corpo do seu ente querido e, quase 97 anos volvidos da sua morte, puderam prestar-lhe a sua homenagem.

Uma pesquisa simples no referido memorial mostra-nos, contudo, a existência de mais quatro courenses que combateram em França, sepultados no “cemitério português” de Richebourg. Desde logo três companheiros de armas de Gaspar da Cunha, que serviram na 4ª Brigada de Infantaria. É o caso de António de Sousa, natural da freguesia de Cunha, falecido em 28 de Agosto de 1918. E também de António Pereira, de Rubiães, falecido no dia da Batalha de La Lys. E ainda de Albano José de Castro, de Formariz, que morreu a 5 de Novembro de 1918. A eles junta-se Amadeu José de Lima, natural de Padornelo, que faleceu a 7 de Novembro de 1918, vítima de broncopneumonia e que fazia parte do Regimento de Artilharia nº 5.

No Memorial aos Mortos da Grande Guerra encontramos ainda outros três courenses que perderam a vida naquele conflito, mas noutra frente de batalha, nomeadamente em Moçambique, para onde foram enviados cerca de 30 mil homens. É o caso de José Ribeiro, de Infesta, que perdeu a vida a 1 de Dezembro de 1917, devido a paludismo, e está sepultado em Nangadi. No cemitério de Mocimboa da Praia estão sepultados mais dois soldados courenses: Casimiro de Amorim, oriundo de Castanheira, vitimado pelo paludismo a 9 de Dezembro de 1917, e Abílio Rola, natural de Cunha, que a doença levou a 19 de Junho do mesmo ano.

sexta-feira, 3 de março de 2017

AM: Oposição elogia ligação à A3

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Numa reunião onde se perdeu mais tempo a discutir pormenores do regimento do que a debater os problemas do concelho, os elogios da oposição à Câmara por causa da ligação à A3 acabaram por marcar pela diferença. Mesmo assim, com algumas reservas face a todas as promessas anteriores.

A ordem de trabalhos era curta e pouco susceptível de criar polémica. Mas a polémica surgiu ainda antes de se iniciarem os trabalhos propriamente ditos, na última sessão da Assembleia Municipal (AM) de Paredes de Coura. Tudo porque José Augusto Pacheco, presidente daquele órgão autárquico, trouxe à baila um pedido de esclarecimento de José Augusto Caldas, recebido dias antes da reunião… de Dezembro.

Em Dezembro, recorde-se, a oposição marcou pela quantidade de baixas, desde as duas vereadoras social-democratas, até alguns elementos da bancada do PSD, entre os quais o próprio José Augusto Caldas, líder do grupo municipal daquele partido que, após a reunião, criticou publicamente a convocatória da mesma para a data em questão. E que, soube-se agora, dias antes enviou ao presidente da mesa um conjunto de perguntas sobre os assuntos em discussão na reunião a que iria faltar. As respostas chegaram agora, na reunião de Fevereiro. Ou melhor, não chegaram as respostas, chegou o esclarecimento de José Augusto Pacheco que considera não lhe competir a ele responder às questões levantadas, mas sim ao presidente da Câmara. “Mesmo que [José Augusto Caldas] não pudesse estar presente, pedia a outro elemento da bancada para solicitar os esclarecimentos”, atirou ainda o presidente da AM.

Estava dado o mote para largos minutos de discussão entre José Augusto Pacheco e José Augusto Caldas, com o primeiro a dizer que o pedido do líder do grupo municipal do PSD não tem fundamentação, e este último a lamentar que o presidente da AM “tenha usado o tipo de argumentação que usou”. “Tenho pena que as reuniões da Assembleia Municipal não sejam difundidas no YouTube para a população ver o que aqui se passa”, criticou José Augusto Caldas.

Na resposta, o presidente da AM explicou a José Augusto Caldas que “não se trata de uma questão de pena, mas de domínio político”, ao que o líder do PSD retorquiu, explicando que ao contrário do que sugeria Pacheco, o “regimento diz que os membros da assembleia não podem dirigir questões ao presidente da Câmara, mas sim ao presidente da mesa e compete a este pedir à Câmara os esclarecimentos solicitados”.

Nova estrada: “é a terceira vez que prometem”

O anúncio da ligação à A3 acabaria por sobrepor-se a polémicas sobre o regimento, com José Augusto Caldas a congratular-se com a nova ligação. “Os courenses e os empresários merecem. Só peca por tardio”, referiu o líder do grupo municipal do PSD, explicando que se trata de uma vitória de Vítor Paulo Pereira (VPP), “mas é o culminar de pressões do PS, PSD, CDU e CDS, concelhias e distritais”. “Tivemos a solidariedade do distrito nesta justa reivindicação”, acrescentou o social-democrata.

Os agradecimentos de José Augusto Caldas estenderam-se ainda a Tiago Brandão Rodrigues, ministro da Educação. “Tem conseguido desbloquear um conjunto de obras para Paredes de Coura, obras que estiveram encalhadas em anteriores governos”, justificou, dando como exemplos, além da ligação entre Formariz e Sapardos, a abertura da Unidade de Cuidados Continuados e as obras de requalificação da Escola Básica e Secundária.

Apesar disso, o social-democrata não deixou de lembrar que “é a terceira vez em período eleitoral que governos PS anunciam a ligação à A3”. “Já estamos habituados a que venham membros do Governo anunciar”, acrescentou, fazendo votos de que a obra seja iniciada a breve prazo e de que a autarquia courense “estude formas de melhorar a ligação da vila ao nó da nova via para que mais courenses beneficiem da ligação”.

“Podem ter a certeza que Paredes de Coura vai ser dos primeiros a apresentar o projecto, com todos os pareceres”, garantiu, na resposta, o presidente do município, anunciando a participação da autarquia numa reunião em Lisboa, dentro de dias, como exemplo da “velocidade institucional” que tem caracterizado o trabalho da Câmara. “É a única forma de conseguir as coisas”, refere VPP.

Lembrando, uma vez mais, que o anúncio não é ainda a estrada, o autarca explicou que “é uma porta que se abriu, que é diferente das anteriores”, por se tratar de um programa nacional onde estão câmaras de vários partidos, como já tinha explicado na última edição do Notícias de Coura. “É diferente, estamos na “pole position””, acrescentou VPP, que agradeceu as palavras de congratulação de José Augusto Caldas, mas reforçou que “não me importa que não me atribuam mérito, importa é que as coisas aconteçam”. “As pessoas que trabalham não precisam de brilhar”, concluiu o autarca.

Iluminação pública mantém horário

Também a iluminação pública mereceu a atenção de José Augusto Caldas na última sessão da Assembleia Municipal. O líder do grupo do PSD questionou a autarquia sobre a introdução de “leds” na iluminação pública e trouxe à discussão um assunto que já por diversas vezes por ali passou: o regresso da luz pública durante toda a noite, em todo o concelho.

Na resposta, Vítor Paulo Pereira admitiu que voltar a acender a iluminação pública durante toda a noite “era muito bom em termos eleitorais”, avisando, contudo, que não governa o município a pensar nas eleições. “Prefiro ajudar quem mais precisa”, explicou, fazendo alusão à utilização do dinheiro que esta medida conseguiu poupar aos cofres do município. Apesar disso, adiantou que “quando houver condições”, o regresso da iluminação durante toda a noite poderá ser uma possibilidade. “Neste momento não o conseguimos fazer”, adiantou.

A Assembleia Municipal ficou também marcada pela intervenção do público, um momento raro nestas reuniões. José António Pedreira usou da palavra para agradecer e elogiar o trabalho dos bombeiros e do povo no combate aos incêndios do ano passado. Aproveitou ainda para recomendar à protecção civil municipal que “comece a trabalhar agora” na prevenção dos fogos florestais ao invés de “andar depois a distribuir água e leite aos bombeiros”.