quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Vitor Paulo Pereira: “Até eu estou admirado com a quantidade de obras que fizemos!”

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Pensar fora do quadrado. Era este o mote da campanha de Vítor Paulo Pereira na corrida à presidência da Câmara de Paredes de Coura, em 2013. Agora, mais de três anos volvidos e com novas autárquicas no horizonte, o espírito continua o mesmo. Ainda sem a recandidatura oficialmente assumida, mas com projectos que vão muito para além deste mandato, o presidente do município courense esteve à conversa com o Notícias de Coura e fez um balanço da experiência política que abraçou em nome de Paredes de Coura.

Quando tomou posse como presidente da Câmara de Paredes de Coura, em 2013, trouxe com ele uma equipa renovada e muitas ideias, que prometiam um futuro melhor para o concelho. “Não faz sentido fazer promessas vagas, as pessoas estão cansadas de tanta promessa”, explica o autarca courense, que entende que “é melhor fazer um programa sensato em que se vai ter ideias gerais de desenvolvimento”. E no final, esclarece, o balanço é claramente positivo: “há muitas coisas que não prometemos e acabamos por fazer”.

Com efeito, obras não faltaram ao longo do mandato. O presidente do município não esconde o orgulho pelo trabalho feito, da Caixa de Brinquedos à central de camionagem, cuja recuperação tem já candidatura assinada. Mas com destaque para a requalificação da Escola Básica e Secundária. “Uma grande vitória, pois chegou a estar fora da lista de escolas a intervir”, realça Vítor Paulo Pereira (VPP).

Apesar disso, o autarca não ignora as críticas de que foi alvo no início de mandato, em que se dizia que só se faziam obras da vila e que nas freguesias não se fazia nada. “A dicotomia aldeia/vila não faz sentido e é injusta. A vila é de todos”, justifica VPP, explicando que “fizemos uma série de obras na vila porque tínhamos fundos comunitários para executar e seria insensato perder esse dinheiro”.

“Até eu estou admirado com a quantidade de obras que fizemos”, desaba o autarca, ciente de que isso é resultado de muita pressão política… mas não só. “É fazer projectos, é trabalhar. As pessoas não imaginam a quantidade de candidaturas que fizemos”, refere, explicando que quando se fala em pressão política “não é pressão política bacoca, é uma pressão de convencer quem decide, de forma racional e com argumentos válidos”.

Um trabalho que implica muitas viagens a Lisboa e ao Porto, aos centros decisores do poder central e que beneficia muito do espaço mediático que Paredes de Coura conquistou nos últimos três anos. “Há uma nova centralidade”, diz, referindo que Paredes de Coura ocupa um espaço mediático que depois faz com que as próprias instituições olhem para Paredes de Coura com outro olhar. “Já não são os coitadinhos que estão a reivindicar, são pessoas que têm um plano e que, com menos meios, conseguem um retorno que alguns mais fortes não conseguem”, acrescenta o autarca.

Coragem na política

Mas a gestão da autarquia passa também por correr riscos. “As pessoas têm pouca coragem na política. Têm de ter coragem, perder o equilíbrio e fazer aquilo que não costuma ser feito. As pessoas gostam disso, gostam do risco. E não há outra forma de ir mais além sem assumir esses riscos”, diz o presidente da Câmara, assumindo, contudo, que se trata de “um risco planeado” e que obriga a uma mudança de paradigma. “O mundo mudou tanto que até os presidentes de câmara mais conservadores percebem que têm de ser modernos”. Mas, alerta, “uma coisa é ser moderno porque acreditas que é uma forma de desenvolvimento alternativo, fazê-lo de forma genuína e consciente. Outra coisa é tentares ser moderno por estar na moda.”

E os resultados da postura de mudança estão à vista, com a exposição mediática do concelho e retorno no município e nos munícipes. “Se fazes o que não é costume ser feito e o fazes bem, acabas por ter retorno mediático e isso acaba por trazer à comunidade auto-estima e orgulho”, diz VPP que, contudo, destaca que isso não é suficiente, é preciso ter em conta as pessoas.

“Não há nenhum projecto de desenvolvimento em que as pessoas não estejam presentes. O projecto tem de ser comum e para isso é preciso ser contagiante, que as pessoas sintam que as coisas estão a mudar para melhor”, refere o autarca, explicando que, no caso de Paredes de Coura, “todo este envolvimento existe, mas não é um envolvimento mediático frágil, porque vem da mudança da realidade, tem sustentabilidade.”

Caminhos alternativos que, garante, “trazem uma nova forma de desenvolvimento e afirmação do território”. “Foi o que aconteceu em relação às exportações”, diz o presidente, explicando que “isso não se deve somente à Câmara, deve-se aos empresários, mas a Câmara trabalha muito para que os empresários só tenham de pensar no trabalho deles”.

E a nova afirmação do território ajudou também na reabertura do tribunal, esclarece VPP, não escondendo que o anúncio do encerramento foi um dos piores momentos desde que está na Câmara. “Foi injusto, foi uma machadada, um momento de tristeza”, admite, acrescentando que na altura não se colocou apenas a questão do tribunal. “Faziam bullying institucional connosco, com o tribunal, as finanças…”, queixa-se. Uma situação que se inverteu agora, com a reabertura daquele serviço, “o reverso da medalha”. “A única diferença de então para agora é que naquela altura era o tempo do “corta, corta” e hoje o nosso primeiro-ministro entende que as autarquias são parceiros de desenvolvimento”, comenta Vítor Paulo Pereira.

É difícil fazer oposição

Um trabalho para continuar? Numa altura em faltam nove meses para as próximas eleições, VPP não quer ainda admitir a recandidatura. “Não é nenhum tabu, só não é ainda o momento”, explica. Sem novidade, portanto, até porque o próprio Partido Socialista deu indicações, a nível nacional, para que os actuais autarcas sejam reconduzidos.

Ao longo da entrevista, o autarca courense foi dizendo, por diversas ocasiões, que quatro anos não são suficientes para muitos dos projectos. Para a requalificação da rede viária das freguesias, por exemplo. “Acudimos a muitas das situações dramáticas, mas em quatro anos não é possível fazer tudo. Ao fim de oito anos as pessoas já poderão ser mais exigentes”, adianta o edil, acrescentando que “muito do trabalho que estamos a fazer hoje só se vai ver no futuro”.

Já sobre a oposição a nível concelhio, VPP prefere não se alongar. Numa altura em que são públicas algumas polémicas ao nível do PSD courense, por exemplo, a postura do autarca courense passa por relativizar essas situações. “Estou convicto de que o PSD vai apresentar um bom candidato às próximas eleições, como tem feito até agora”, refere o autarca.

Apesar disso, sempre vai dizendo que estar na oposição é difícil. “É ainda mais difícil quando tens um executivo que trabalha muito e faz as coisas bem. Há alternativa a quem trabalha muito e a quem faz bem?”, questiona VPP. “Se trabalhas muito e fazes bem é mais difícil a oposição medrar”, acrescenta ainda o presidente da Câmara, explicando que “neste contexto é normal que surjam cisões dentro da oposição. Acontece no PSD de Paredes de Coura como noutros lados.”

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Amândio desfaz em Janeiro dúvidas criadas em Abril

decio matraquilhos

Em declarações no Facebook, replicadas pela Rádio Vale do Minho, Amândio Pinto, presidente da união de freguesias de Cossourado e Linhares diz que não será candidato a presidente da Câmara de Paredes de Coura pelo PSD e coloca, aparentemente, um ponto final nas especulações, garantindo que foi convidado para o lugar e que declinou tal oferta.

“Depois de Outubro ficarei apenas com responsabilidades na freguesia de Linhares”, acrescentou o autarca, dizendo, contudo, que não será candidato a nenhum dos cargos que vão a eleições em 2017. Ou seja, nem sequer candidato à união de freguesias voltará a ser. Confessando-se desiludido com a política, Amândio Pinto diz que reserva para si o direito de apoiar qualquer candidato que apareça. “Nunca me segui por cores ou radicalismos”, esclarece.

Resta saber o que mudou. O que mudou de Abril para cá. É que em Abril, em declarações ao Notícias de Coura, Amândio Pinto deixava em aberto seu futuro político. Que não passaria por Linhares, era certo, mas que poderia passar por outra freguesia ou mesmo pela própria Câmara de Paredes de Coura.

O final do ano, contudo, parece ter trazido outro discurso àquele que foi apontado como sendo o “delfim” de Décio Guerreiro no PSD. “Ser candidato politico é sempre sinal de reconhecimento e enaltece o ego. Ser a uma Câmara Municipal é marco na vida. Mas não sinto possuir a força necessária para enfrentar esta luta, não me sinto líder desta batalha”, explica Amândio Pinto, no Facebook.