sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Polémica linha de alta tensão também passa por Coura

alta tensão
A população de Monção está preocupada com a nova linha de alta tensão que irá ligar Vila do Conde à fronteira, com passagem para território espanhol naquele concelho ou em Melgaço. Questionam o traçado e as possíveis implicações , nomeadamente ao nível da saúde, que uma linha de energia de 400KV pode trazer ao passar em áreas habitadas. A situação, contudo, não é exclusiva de Monção. Ao longo de todo o seu percurso a linha irá atravessar diversas povoações. O estudo de impacte ambiental, que está em consulta pública até ao próximo dia 13 de Fevereiro, prevê dois traçados alternativos e um deles afecta directamente Paredes de Coura, atravessando aglomerados habitacionais nas freguesias de Rubiães, Linhares e Cossourado.
O próprio estudo de impacte ambiental desaconselha a opção por este traçado, optando pelo alternativo, que passa a Este do concelho, já na área do município de Arcos de Valdevez, num corredor que praticamente não encontra zonas habitadas pelo caminho. Essa poderá ser também a posição da autarquia courense que quando recebeu o resumo não técnico da nova linha de alta tensão, de imediato criou um grupo de trabalho multidisciplinar para avaliar o impacto que o traçado daquela que é chamada “auto-estrada da energia” poderia ter no concelho. Tiago Cunha, vereador da Câmara de Paredes de Coura responsável por esta área, explicou que ainda não existe nenhuma posição formal da autarquia e que esta será baseada nas conclusões a que chegar o referido grupo de trabalho. Contudo, foi adiantando que “as pessoas estão em primeiro lugar, pelo que, existindo uma situação que represente perigo para a saúde pública, ainda que não esteja provada uma relação causa-efeito, não quereremos nunca correr esse risco”. “Se for possível uma alternativa longe das pessoas, então essa alternativa será prioritária”, acrescentou o vereador courense, explicando que o grupo de trabalho tem em mente as eventuais questões de saúde, mas também as implicações ao nível do ambiente e das estruturas existentes.
Estes aspectos são igualmente referidos no estudo de impacte ambiental da nova linha, que realça a proximidade da zona de protecção alargada de Grichões, a afectação de solos de melhores características para a a agricultura e a inclusão, no corredor do traçado, de diversos elementos classificados a nível arquitectónico e arqueológico. Passando ao lado da Cividade de Cossourado, que aguarda ainda classificação pela Direcção Geral do Património Cultural, e da Igreja Românica de Rubiães, classificada como monumento nacional, o traçado poderá, contudo, sobrevoar diversos imóveis de interesse público nesta última freguesia.
A principal preocupação, no entanto, passa pelo atravessamento de espaços urbanos que, caso a opção incida no traçado que atravessa o nosso concelho, irá afectar, sobretudo, as freguesias de Rubiães, Linhares e Cossourado. O traçado, nesta zona apresenta duas versões (clicar no mapa para ampliar). Uma delas afecta os lugares de Ageito e Chão, em Rubiães, e depois grande dos aglomerados habitacionais de Linhares. A outra versão segue mais a Oeste e abrange, sobretudo, Pecene e S. Bento da Porta Aberta, em Cossourado. As duas, no entanto, entroncam num troço comum que sobrevoa Casco, em Rubiães, a escassos metros dum estabelecimento de ensino.
tracado

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