Os compartes de Cossourado querem assegurar a protecção e preservação de dezenas de sobreiros existentes na freguesia, nomeadamente na área que faz parte do plano de gestão florestal e para a qual está prevista a plantação de eucaliptos. Trata-se de uma espécie protegida e há quem tema que o avanço do eucalipto não respeite aquela que é a árvore nacional de Portugal.
O alerta foi dado por José António Pedreira, comparte de Cossourado, na última reunião de compartes ocorrida há dias naquela freguesia. Em discussão estava o início dos trabalhos de florestação dos baldios da freguesia, ao abrigo do plano de gestão florestal que foi aprovado, e que deverá começar a ser implementado no terreno dentro de algumas semanas. Para José António Pedreira, contudo, é necessário e urgente acautelar a protecção devida às dezenas de sobreiros que existem no monte adjacente à EN 303, junto ao lugar do Sobreiro, na divisão entre Linhares e Cossourado.
“O monte já tem lá dezenas de sobreiros, uns maiores, outros mais pequenos, mas são dezenas”, explica aquele comparte, frisando que “estão todos protegidos por lei”. Efectivamente assim é, já que o sobreiro é uma espécie protegida desde 2001 e, mais recentemente, em Dezembro de 2011, foi mesmo aprovado na Assembleia da República um projecto de resolução através do qual o sobreiro passou a ser considerado a árvore nacional de Portugal. Isto porque a protecção que existia, ainda assim, foi considerada insuficiente para travar a regressão da árvore em território português.
Por isso mesmo o alerta de José António Pedreira, que conquistou o acordo de outros compartes da freguesia, igualmente preocupados com a preservação daquela espécie, numa zona para a qual o plano de gestão florestal indica a plantação de eucaliptos. Curiosamente, o plano de gestão florestal, que esteve disponível para consulta pública no final de 2015 e início deste ano, não apresenta, na carta de ocupação actual do solo, qualquer referência à existência de sobreiros naquela área.
“São sobreiros espontâneos, que inclusivamente já resistiram a incêndios que já houve naquela zona”, lembra José António Pedreira que reclama uma fiscalização eficaz da plantação de eucaliptos que está prevista para ali. “Eu confio em quem está na comissão de compartes, não confio é na Portucel”, desabafa aquele comparte, que lembra o que se verificou na altura da plantação de eucaliptos na vizinha freguesia de Linhares, em que estavam previstas faixas de carvalhos a limitar as plantações de eucaliptos e tal não terá acontecido. “Junto aos caminhos é obrigatória uma faixa de carvalhos e em Linhares isso não foi feito”, explica, acrescentando que “o nosso receio é que aconteça como em Linhares, em que não houve qualquer fiscalização e a Portucel fez o que entendeu e como entendeu fazer”.
Por isso José António Pedreira defende que, em primeiro lugar, devia ser a própria comissão de compartes a assegurar a fiscalização da plantação. E lembra que é também responsabilidade de cada um dos compartes acompanhar esta situação. Bem como do ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas que, refere, “tem a obrigação de fazer cumprir a lei”.
Deixem lá ver...ganham são os eucaliptos, de longe! O mais curioso é que nem o sr pedreira está contra os eucaliptos...só quer é que preservem os sobreiros que lá estão. De resto, tudo bem! Que se plantem eucaliptos mas com juizinho!! Esta agora....
ResponderEliminarVou mostrar o que é juizinho.
ResponderEliminarEsta agora... Custa a engolir
ResponderEliminarPorquê?
EliminarEntão so se publica o que interessa??
ResponderEliminarDefina "o que interessa?"
Eliminar